Resenha do livro Whatever it Takes: the inside story of the FIFA way [A], de Bonita Mersiades (2018, Powderhouse Press).
Por Jorge Knijnik
Titulo estranho o deste post. Alias, porque estou falando do futuro em um blog de Historia(s), onde a gente normalmente fala de coisas passadas? Como não diria Lulu Santos, desta historia, todos sabem o fim. A Copa de 2022 será realizada nas pirâmides pós-modernas do Qatar (se algo mudar depois que eu publicar este post voces serao os primeiros a saber!). Os mais inteirados também sabem que a candidatura da Austrália para sediar o evento foi um enorme fiasco: o ‘time’ da candidatura australiana captou aproximadamente R$ 130 milhões em dinheiro publico para ao final, receber apenas um (isso mesmo, um!) misero voto na eleição em que o Comitê Executivo da FIFA escolheu o Qatar para sediar a copa.
Mas meu texto não é sobre o final do jogo e sim sobre todos os seus meandros que foram detalhados no recente e tão aguardado livro, Whatever it takes (Custe o que custar). A autora? Bonita Mersiades[i], que em seu relato narra com minucias o que aconteceu durante este jogo pesado da escolha da sede da Copa da FIFA de 2022. Afinal, ninguém melhor para trazer esta historia a luz do dia do que aquela que viveu dentro do jogo, e manteve sua dignidade. Mersiades conheceu todos os personagens VIPs (e os VVIPs, ‘very VIPS’) que frequentam os castelos, iates e palácios onde são decididos os destinos do ‘people’s game’; no seu livro, ela traz para seus leitores e leitoras toda a historia desta disputa, toda a mesquinharia e ganancia travestidas de luxo e riqueza que envolvem os processos internos da FIFA.
Mas, quem é Mersiades? Filha de refugiados do Leste Europeu, ela cresceu na Austrália rodeada por futebol e imersa nas diversas comunidades étnicas que sempre tiveram o jogo como uma das suas maiores expressões culturais. Foi neste caldeirão cultural que ela não apenas aprendeu a amar o jogo, mas se dedicou a ele, como voluntaria em clubes locais (acordando bem cedinho aos finais de semana para demarcar campos, organizar a cantina, vender uniformes e gerenciar os clubes comunitários) e depois profissionalmente. Foi dirigente de equipes da liga nacional e passou a trabalhar na Federação de Futebol Australiana (FFA), como coordenadora da seleção masculina (os Socceroos). Ainda na FFA, Mersiades assumiu o posto de diretora de negócios públicos e corporativos. Foi nesta condição que ela começou a trabalhar com a candidatura australiana a Copa do Mundo. Foi deste cargo que ela viu e vivenciou de perto e por dentro o ‘mundo FIFA’; foi com toda esta experiência que ela virou uma das informantes centrais a fornecerem evidencias para que os escândalos da FIFA viessem à tona (e levassem a prisão do ex-presidente da CBF entre tantos outros). Reunindo todas as suas anotações detalhadas deste período que Mersiades, apos sete anos, concluiu seu livro.
Um livro prefaciado por ninguém menos que Andrew Jennings, o repórter investigativo escocês que sempre foi a mosca na sopa da FIFA e a pedra no sapato do Comitê Olímpico Internacional. O jornalista que, na CPI do futebol liderada por Romario no parlamento brasileiro, declarou que a corrupção na FIFA começou no Brasil, com Joao Havelange nos anos 1970. Homem que, indignado com as concessões que o governo brasileiro fez a FIFA para sediar a Copa de 2014, perguntou aos parlamentares na CPI “que tipo de orgulho um país tem ao deixar que gângsteres entrem e ditem as regras?”.
Em seu prefacio, Jennings escreve que Mersiades é a “única com coragem de contar a verdade” sobre uma historia que não é nada bonita. Com um prefacio destes, a leitora já imagina que lá vem bomba…
O relato de Mersiades é realmente bombástico. Tanto no conteúdo quanto na forma. As descrições dos ambientes cinco-estrelas (ou mais) que ela é obrigada a frequentar são precisas sem serem maçantes; os diálogos, de uma fidelidade incrível; as observações, argutas. A voz narrativa de Mersiades fornece uma velocidade lancinante às historias. O leitor sente como se estivesse viajando com ela entre Sydney, Cairns, Abu Dabi, Zurich, London, Toquio, Joanesburgo, Munique, Frankfurt, de volta pra Sydney, um pulinho em Canberra… ufa! Haja milhagem! Cansa só de pensar… Mas é precisamente esta velocidade que faz a trama dela parecer um filme de suspense, ou uma serie do Netflix, estilo Narcos ou House of Cards (qualquer coincidência com a FIFA é mera semelhança[ii]…). A narradora é onipresente, e é por meio da sua voz interior, da sua leitura dos eventos e jornais da época, ou da descrição dos diálogos e telefonemas dos quais ela participa, que conseguimos sentir por dentro todos os dilemas éticos e as violências simbólicas que ocorrem no processo de escolha das sedes da Copa.
Tudo começou em 2004. Ou talvez um pouquinho antes, quando Mersiades e um grupo de jornalistas esportivos, preocupados com a situação decadente em que se encontrava o futebol no país, se reuniu para convencer Frank Lowy a assumir a presidência da FFA que seria criada para substituir a antiga National Soccer League. Lowy, que estava afastado do futebol, aceitou o encargo, ficando na presidência da FFA entre 2003 e 2015, quando passou o bastão da presidência para seu filho.
Frank Lowy é um multibilionário australiano, um dos cinco homens mais ricos da Austrália e provavelmente na lista dos top 300 mais ricos do mundo. Nascido na então Tchecoslováquia, passando por guetos na Hungria, a familia de Lowy se refugiou na Austrália depois da guerra. Antes de chegar ao país, entretanto, Frank Lowy ainda foi preso pelas autoridades britânicas em Cyprus, se uniu a Haganah na Palestina e lutou na Guerra Árabe-Israelense em 1948. Cinco anos depois, ele foi à Austrália, onde, com seu espirito empreendedor, fundou uma cadeia de shopping centers que se espalhou pela Oceania, Europa e Estados Unidos, construindo assim sua riqueza formidável.
Lowy não gosta muito do frio. Quando o inverno chega ao hemisfério sul, ele vai de férias para o hemisfério norte, onde possui varias propriedades. Foi assim que, durante os Jogos Olímpicos de 2004, ele ancorou o Ilona IV, seu iate de luxo no Porto de Piraeus, em Atenas (um dos maiores portos do Mediterrâneo) e começou a oferecer convescotes chiquérrimos para a cúpula da FIFA que lá se encontrava para o torneio olímpico de futebol. Desde então, ele passou a ser convidado de honra nos magníficos jantares oferecidos pelo qatari Bin Hamman[iii], então presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e membro do Comitê Executivo da FIFA (as 24 pessoas que escolhem as sedes da Copa). Outros convidados do circuito Abu Dhabi-Kuala Lampur incluíam Jack Warner[iv], presidente da CONCAFAF e também membro do Comitê Executivo da FIFA, e a própria realeza, Sepp Blatter, presidente da FIFA entre 1998 e 2015. Outras autoridades futebolísticas assim como figuras obscuras deste mundo, como o consultor suíço-húngaro Peter Hargitay[v], também frequentavam assiduamente as festas do presidente da AFC.
Foi nesta época que Frank Lowy decidiu que ele traria a Copa para a Austrália, “custe o que custar”.
[Kevin Rudd (entao 1o ministro da Australia), Blatter and Lowy]
Foi assim que Mersiades se envolveu com a candidatura australiana. Tendo um cargo alto na direção da FFA, e a pedido de Ben Buckley, o diretor-executivo (CEO) da Federação, seu amigo e chefe imediato, Mersiades, mesmo sem estar particularmente excitada com esta candidatura, que para ela era um bola fora, foi a cada dia mais deixando o seu trabalho cotidiano e mergulhando na candidatura australiana, chegando a trabalhar 90 horas por semana neste projeto. Afinal, Lowy tinha que coroar a sua carreira de dirigente esportivo sediando o megaevento, “custe o que custar”. Este seria seu legado final[vi].
O livro tem 39 capítulos, todos bem dinâmicos, mas poderia ser dividido em duas grandes partes. A primeira delas, entre 2008 e 2009, detalha os dias que Mersiades trabalhou na candidatura. A intensidade desta parte é tremenda. São reuniões e eventos pelo mundo afora com gente de todos os naipes. Mersiades tem que discutir e preparar orçamentos para o governo federal, que havia se comprometido a apoiar a candidatura da FFA. Lowy considerava que ele já contribuía o suficiente com o futebol e abria todas as portas com a sua presença e liderança; ele não queria tirar dinheiro do próprio bolso, e convenceu os governantes a bancarem a empreitada. Ela não concorda com o uso de dinheiro publico, ainda mais com o pagamento de consultores externos que aparentemente não fazem nada, além de mostrar que para ganhar a Copa, mais do que o conteúdo das propostas, são necessárias as aparências de luxo e riqueza nos eventos, nos hotéis, presentes e carros para os membros do Comitê Executivo da FIFA. Afinal, conforme os consultores, a sede da Copa é decidida por “questões intangíveis”. Nesta metade do livro o leitor claramente percebe a tensão crescente entre Mersiades, que, ao questionar cada passo a ser dado e o uso muitas vezes obscuro do dinheiro publico, entra em atrito com os consultores que exigem cada vez mais luxo – afinal, eles vivem de vender (ou traficar?) influencia. Ben Buckley, o CEO, que sabe de todas as jogadas, tenta fazer o meio de campo entre estes personagens do submundo do futebol e Mersiades – a quem considera “a pessoa mais integra com quem jamais trabalhou”.
Mas o livro também possui momentos de puro humor. Como quando a FFA trouxe um grupo de jornalistas internacionais para conhecerem melhor a Austrália, a infraestrutura e as propostas para a Copa. Com Mersiades na liderança, o grupo realiza um tour que termina na capital federal (Canberra) com um encontro com funcionários de diversos escalões do Ministério de Relações Exteriores. Ao final da reunião, com a palavra aberta, uma das diplomatas presentes se levanta e fala, sem nenhuma ponta de vergonha:
“Vocês precisam entender que aqui na Austrália a gente não gosta muito de ‘soccer’ (sic), nosso negocio é AFL. Este é o nosso esporte nacional. ‘Soccer’ não é muito popular e sempre foi associado com violência étnica no passado”.
Silencio absoluto. O constrangimento é geral. Mersiades se pergunta como esta moça passou nos testes para entrar na carreira diplomática.
Outro momento bem humorado aconteceu em dezembro de 2009, na cidade do Cabo (África do Sul). O mundo do futebol se concentrava lá, entre diversos eventos: o sorteio dos grupos da Copa de 2010, o Congresso da FIFA, o Congresso do Comitê Executivo da FIFA, reuniões de Confederações e a exposição internacional de futebol. Nesta ultima, cada Federação candidata a sediar as futuras Copas (de 2018 ou de 2022) iria lançar oficialmente a sua candidatura perante a imprensa mundial. Em um salão para 2.500 pessoas, a organização rigorosa da FIFA só iria credenciar nove pessoas de cada país-candidato. Mersiades não sabia o que fazer para enfiar os diplomatas australianos presentes, a sua equipe técnica, Lowy e demais pessoas da sua delegação. Enquanto os outros países trouxeram os seus ‘embaixadores’ (jogadores como Luís Figo, David Beckham, Ruud Gullit[vii]) para apoiarem suas apresentações, a Austrália tinha trazido um grupo de crianças que ganharam um sorteio para participarem do evento como embaixadores da candidatura da Austrália. Vestidas com camisetas da campanha australiana (‘Come Play!’, ‘Venha Jogar!’) as crianças acabaram virando a atração da recepção inicial. Assim, não tinha como elas serem barradas na porta do evento principal. Tampouco o pessoal da embaixada e Lowy seriam barrados. Ao final, usando o ‘jeitinho australiano’, ela conseguiu entrar com mais de vinte pessoas no salão.
A apresentação australiana foi um arraso. Com as crianças sorrindo, segurando balões e atraindo mais a atenção que os jogadores internacionais – de quem ate conseguiram autógrafos – a Austrália mostrou seu filme estrelado por Nicole Kidman. Arrasaram. A imprensa mundial, surpresa, reportou nos quatro cantos do mundo como o projeto australiano era competitivo e figurava entre os principais contendores, sendo melhor inclusive que o da Inglaterra.
Dezembro de 2009 foi o auge da candidatura. Mersiades, que estava no comando de toda aquela empreitada, foi elogiadíssima por todos pelo bom gosto e competência da apresentação australiana. Seu chefe Ben Buckley lhe pagou um bônus máximo de final de ano por conta de seu desempenho positivo.
O baque veio depois do recesso de final de ano. Atenção, aqui não vai nenhum spoiler, afinal, Mersiades conta isso logo no segundo paragrafo da introdução. No inicio de Janeiro de 2010, ao retornar a sede da FFA, Buckley a chama a sua sala. O CEO inventa umas desculpas esfarrapadas, e ela é demitida. A arrogância, o machismo e as negociatas dos consultores haviam vencido. Mersiades estava fora não apenas da equipe da candidatura, mas da própria FFA. Os consultores talvez estivessem certos em um ponto: eles intuíam que alguém tão integra acabaria por entregar os esquemas todos. Como de fato aconteceu, ao longo destes sete anos, inclusive na comissão Garcia.
Aqui entramos na segunda parte do livro . As viagens não são mais tão frequentes, mas o suspense permanece alto! Mersiades continua recebendo informações de contatos em todo o mundo sobre a disputa pela sede da Copa. Eu confesso que tive que me segurar para não trapacear e ir direto ao ultimo capitulo para saber das respostas a tantas questoes levantadas nesta parte: Por que a FFA aceitou trabalhar com estes consultores indicados pelos alemães? Os russos tinham um acordo com a Austrália? Quem deu o único voto aos australianos? Qual o papel de sua realeza Beckenbauer em tudo isso? Como o Qatar conseguiu bater a candidatura dos Estados Unidos? Lowy foi enrolado pelos consultores e por todos os seus amigos do futebol? Como foi gasto todo aquele dinheiro publico? Por que mantiveram os consultores e demitiram alguém que era, segundo a opinião geral, a “alma e o coração da candidatura” do país? Como a candidatura da Austrália conseguiu em um ano decair daquela empolgação mostrada na Cidade do Cabo para receber apenas um voto ao final? Quem deixou de lado Nicole Kidman e produziu aquele filme ‘clichê do clichê’ que foi apresentado aos senhores do Comitê Executivo da FIFA antes da votação final?
Mas eu controlei minha ansiedade e, comportadamente, li capitulo por capitulo. Soube dos espiões que invadiram o site, o e-mail e o telefone de Mersiades. Tomei consciência das calunias e também de um telefonema ameaçador feito por um daqueles jornalistas ‘muy amigo’ o qual, junto com ela, havia trazido Lowy para a presidência da FFA no inicio do século. Apesar das chantagens, Mersiades não revela o nome da pessoa. Li o depoimento ‘confidencial’ que ela deu a Mike Garcia e como isso serviu para demoniza-la ainda mais. Fiquei sensibilizado quando, em um momento da mais pura psicanalise, ela descobre a verdade por trás de diferentes planilhas orçamentarias da FFA. A sensação de leveza que esta clareza trouxe, depois de tanta obscuridade, é maravilhosa, segundo a autora.
Meio que insone cheguei ao capitulo final, intitulado ‘Do lado certo da historia’. Estar do lado certo desta confusão toda, digo, da história, é algo que Mersiades reivindica com muita autoridade desde o início do livro.
As duas passagens a seguir evidenciam a coerência da autora e demonstram de que lado da historia ela está.
A primeira, com a qual eu particularmente me identifico, aconteceu em Londres, em abril de 2009, em um dos seus primeiros encontros com o consultor Hargitay. Como alguém que vende e vive de aparências, Hargitay queria impressiona-las e a levou para jantar em um camarote exclusivo (o Armani Lounge) no Stamford Bridge, o estádio do Chelsea, onde o time da casa enfrentaria o Everton pela English Premier League. Apesar de cansada de todas as viagens, ela estava excitada por assistir seu primeiro jogo dn EPL. Após a janta, eles se sentam nos seus lugares VIP, com a melhor vista do campo. Mersiades esta ao lado do CEO do Chelsea, e Hargitay faz questão de notar isso: “Você viu Bonita, tudo o que consegui para você? Lugar VIP ao lado do homem! Ninguém mais faria isso por vocês! Não é maravilhoso?” Ela responde com um sorriso amarelo e pensa que gostaria muito mais de estar ao lado do povão nas arquibancadas[viii].
A segunda passagem, na verdade é a dedicatória do livro, a qual de forma poética, mostra os motivos pelos quais ela continuou nesta luta e finalizou o seu manuscrito após sete anos. Mersiades dedica o livro para
Todas as pessoas reais do futebol, em qualquer lugar do mundo; para aqueles que amam o jogo e que acreditam em jogo limpo em tudo o que fazem.
Este é um verdadeiro legado.
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NOTAS
[A] Em uma tradução livre, o titulo do livro ficaria “Custe o que custar: por dentro do jeitinho FIFA” .
[i] TRANSPARENCIA: Possuo uma relação profissional com Bonita Mersiades, que é a diretora-executiva da Fair Play Publishing, editora que publicou meu mais recente livro “The World Cup Chronicles: 31 days that Rocked Brazil”
[ii] Vale lembrar que, dentre as acusações aos membros da FIFA feitas pela justiça norte-americana estão: conspiração para cometer fraude, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução de justiça. Eles se referem a FIFA como uma ‘enterprise’, um negocio que foi enquadrado na legislação RICO a qual geralmente é aplicada a Máfia e outras organizações criminosas.
[iii] Banido do futebol por toda a vida em 2012 por pagamentos ilegais feitos a União Caribenha de Futebol durante a sua campanha para a presidência da FIFA em 2011.
[iv] Depois do banimento de Bin Hammam em 2011, Jack demitiu-se de todos os seus cargos no futebol. Foi indiciado em 2015 pela justiça americana e ate hoje luta para não ser extraditado de Trinidad Tobago. Seus dois filhos estão em prisão domiciliar nos Estados Unidos desde 2011.
[v] Um dos três consultores europeus que trabalharam na candidatura Australiana para a Copa; vieram recomendados pela Federação Alemã e possuem estreitos laços com Franz Beckenbauer.
[vi] Alias, me perdoem a digressão, mas neste livro eu aprendi um significado novo para a palavra ‘legado’ – sempre ouvimos falar do legado cultural, politico, social, esportivo dos eventos. Mas Mersiades, ao ver no orçamento da candidatura alguns itens destinados a legado, rapidamente percebe que neste contexto, ‘legado’ significa ‘dinheiro da mala’.
[vii] Os ‘embaixadores’ recebem entre U$ 50.000 (no caso dos baratos como o camaronês Roger Milla) ate mais de um milhão de dólares, no caso dos top como Pelé , para apertarem mãos e deixarem sua imagem ser usada para apoiar uma candidatura ou outra. Mersiades recebeu varias propostas de embaixadores mas, apesar da insistência dos consultores, recusou a todas.
[viii] Será que ela iria curtir estar aqui junto com a galera do Mengao, saudando o Gilmar Mascarenhas, o Otavio Tavares e toda a torcida botafoguense?
[i] Em uma tradução adaptada, o titulo do livro ficaria “A qualquer preço: o jeitinho FIFA contado de dentro”
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