Banhistas e sua representação na pintura de August Macke

Elcio Loureiro Cornelsen

Recentemente, desenvolvemos e concluímos uma pesquisa sobre representações do lazer na pintura de August Macke (1887-1914), um dos principais pintores alemães do início do século XX, cujas obras são apontadas por críticos e historiadores da arte como de transição entre o Impressionismo e o Expressionismo. Parte do resultado dessa pesquisa já foi publicada nos artigos “Imagens do lazer na pintura de August Macke” (https://estudosdolazer.wordpress.com/author/elcornelsen/ ), “O velejar como lazer e sua representação na pintura de August Macke” (https://historiadoesporte.wordpress.com/2022/02/21/o-velejar-como-lazer-e-sua-representacao-na-pintura-de-august-macke/ ) e “O mundo circense e o jardim zoológico na pintura de Auguste Macke” (https://estudosdolazer.wordpress.com/author/elcornelsen/ ).

Neste breve texto, trazemos mais um dos eixos temáticos da pintura de August Macke em relação a banhistas. Para isso, dentro do conjunto de 30 obras analisadas, selecionadas a partir do acervo digital disponível no portal Kunst für Alle (Arte para Todos), selecionamos cinco obras: Badende am grünen Abhang (1910; Banhistas na encosta verde), Badende Frauen I (1913; Mulheres banhistas I), Badende Frauen II (1913; Mulheres banhistas II), Badende Mädchen mit Stadt im Hintergrund (1913; Jovens banhistas com cidade ao fundo), e Badende und türkischer Reiter (1912/1913; Banhistas e cavaleiro turco).

Como pode ser observado pela datação, tais obras foram pintadas entre 1910 e 1913, período de intensa produção de August Macke, pouco antes de o pintor falecer, tragicamente, em combate no dia 26 de setembro de 1914, em batalha travada ao sul da cidade de Perthes-lès-Hurlus, na região francesa de Champagne. Convocado para integrar o Regimento de Infantaria nº. 160 do Exército Alemão, Macke faleceu aos 27 anos de idade, no auge de sua carreira como artista plástico. Como já havíamos assinalado em outro artigo, embora o início da década de 1910 na Europa já apresentasse indícios de um contexto turbulento no plano geopolítico, “é interessante notar que a iminência da guerra que eclodiria em agosto de 1914 deixou poucos vestígios [nas] obras [de Macke]” (CORNELSEN, 2021).

Iniciaremos nossas considerações sobre a representação de banhistas na obra de August Macke por Badende am grünen Abhang (1910; Banhistas na encosta verde):

Badende am grünen Abhang
(1910; Banhistas na encosta verde)
Material: óleo sobre cartolina, 27,2 x 34,7 cm
(https://www.kunst-fuer-alle.de/deutsch/kunst/kuenstler/kunstdruck/august-macke/345/1/115559/badende-am-gruenen-abhang/index.htm )

De início, evidenciam-se traços do Impressionismo em sua composição pictórica. Conforme aponta Neusa Cavalcante, “[l]uz e movimento, obtidos por meio de pinceladas soltas, tornaram-se os principais elementos da pintura impressionista, feita geralmente ao ar livre para que o artista pudesse capturar melhor as variações de cor” (CAVALCANTE, 2018, p. 14). Na obra em questão, observam-se as pinceladas e as variações cromáticas em jogo de luz e cor, com o espelhamento dos corpos e da encosta nas águas, provavelmente, de um lago.

A referida obra nos permite uma série de conjecturas, fundamentadas a partir de sua contextualização e de referências biográficas acerca de August Macke. É de conhecimento que, conforme já havíamos afirmado em outro artigo, predominam em sua pintura cenas na natureza. Além disso, o pintor residiu às margens do Lago Tegern, na Baviera, por alguns meses, em 1910 (CORNELSEN, 2022a), ano em que produziu Badende am grünen Abhang. Como veremos a seguir, todas as obras aqui analisadas apresentam cenas de banhistas em lagos. Além disso, o Lago de Thun, localizado aos pés dos Alpes Suíços, no cantão de Berna, também foi retratado em várias obras de Auguste Macke, quando passou um período de veraneio, em 1913, em Hilterfingen, lugarejo localizado às margens do lago (CORNELSEN, 2022a).

Outra conjectura a se fazer diz respeito à representação dos corpos nus de mulheres. O estudo sobre a pintura de August Macke, realizado no acervo digital disponível no portal Kunst für Alle (Arte para Todos), permitiu-nos constatar que o pintor fez vários esboços de nus femininos, entre eles, os estudos Weibliche Akte (1907; Nus femininos), Weiblicher Akt IV (1907; Nu feminino IV), Weiblicher Akt 53 (1912; Nu feminino 53), Weiblicher Akt 70 (1912; Nu feminino 70), Sitzender Akt, vorgebeugt (1912; Nu sentado, curvado), Weiblicher Akt, stehend (1913; Nu feminino, em pé), e as pinturas Akt auf weißem Tuch (1909; Nu sobre lençol branco) Sitzender Akt mit Kissen (1911; Nu sentado com almofada), Drei Akte mit Rehen am Wasser (1912; Três nus com cervos junto à água), Drei Akte im Grünen (1913; Três nus na natureza), e Drei nackte Mädchen (1913; Três jovens nuas).

Na obra Badende am grünen Abhang, nota-se que os corpos nus parecem posados em estúdio, em certo estilo que remete às artes plásticas na Antiguidade, sobretudo na escultura. Todavia, há um aspecto contextual específico, que nos permite ampliar o próprio sentido da nudez associada a atividades e momentos de lazer. Sem dúvida, um movimento teve destaque singular nas primeiras décadas do século XX, na Alemanha: o naturismo e, especialmente, a FreiKörperKultur (cultura do corpo livre), conhecida popularmente pela sigla FKK.

De acordo com Kurt Fischer, presidente da Deutscher Verband für Freikörperkultur (Associação Alemã de Cultura do Corpo Livre), “[a] nudez no esporte, em jogos e no banho sempre houve em quase todos os tempos. Pensemos nos atletas gregos ou nos balneários dos princípios da Idade Média e no prazer de Goethe em banhar-se nu” (FISCHER, 2014).[i] Todavia, segundo Kurt Fischer, quando se busca as raízes da cultura do corpo livre na Alemanha, constata-se que elas se situam na virada do século XIX para o século XX, ou seja, exatamente no período em que as correntes artísticas europeias buscavam novos rumos estéticos frente ao mundo da técnica, da urbanização e da industrialização, e em que August Macke se formou como pintor. O movimento FKK visava, justamente, à superação da percepção da nudez como tabu, em que se propagava “o incentivo à manutenção da saúde, bem como o espírito de ‘retorno às origens naturais’” (FISCHER, 2014).[ii] Para divulgar as ideias do movimento, algumas revistas se tornaram atuantes, entre elas, a Kraft und Schönheit (Força e Beleza), fundada em 1901, que pregava a junção entre cultura física, exercício físico, banho ao ar livre e nudismo, bem como Schönheit (Beleza), fundada em 1903, órgão de imprensa da Verein für ideale Kultur (Associação para a Cultura Ideal), defensora de um programa para a cultura do nudismo, em que o hábito de se vestir era visto como um reflexo de pudores não naturais e de códigos morais inadequados (FISCHER, 2014).

Ao retomarmos a análise de Badende am grünen Abhang, notamos outro traço característico da pintura de August Macke, seja em obras mais próximas, esteticamente, do Impressionismo, seja em obras de sua fase expressionista: a ausência de detalhes dos rostos. Constata-se certa harmonia no modo como as duas figuras femininas desfrutam seu momento de lazer, banhando-se nuas, estando uma delas sentada à beira das águas, com apenas uma das pernas imersa, enquanto a outra está em pé, dentro do lago, com o nível da água um pouco acima dos joelhos. Embora seja evidente que esse tipo de representação de nus resulta dos diversos estudos que Macke desenvolveu a partir de 1907, ainda durante o seu período de formação no ateliê do pintor impressionista alemão Lovis Corinth (1858-1925), em 1908, na cidade de Berlim (CORNELSEN, 2021), ele integra à cena a natureza – as águas do lago e a relva da encosta, em que predomina uma variação cromática de tonalidades entre as cores verde e amarelo, como possibilidades de se produzir matizes resultantes da luz natural.

Por sua vez, nosso segundo exemplo da presença temática de banhistas na pintura de August Macke é Badende Frauen I (1913; Mulheres banhistas I), que, conforme poderá ser constatado, já apresenta elementos estéticos do Expressionismo:

Badende Frauen I
(1913; Mulheres banhistas I)
Material: óleo sobre tela, 59,5 × 73,5 cm

(https://www.meisterdrucke.com/kunstdrucke/August-Macke/689432/Badende-Frauen.html )

Enquanto a obra Badende am grünen Abhang representaria uma cena em que mulheres desfrutam momentos de lazer banhando-se nuas, nas águas de um lago, esteticamente adequada aos preceitos do Impressionismo, pautados pelo “naturalismo” e pela “preocupação com os efeitos momentâneos de luz, fundamentais para os impressionistas” (CAVALCANTE, 2018, p. 15), Badende Frauen I distancia-se, ainda mais, de uma reprodução mimética da cena na natureza, em que figuras femininas, todas nuas, banham-se ou estão sentadas às margens do lago. Ao fundo, vemos outras duas figuras de mãos dadas, aparentemente entrando no lago, cujos corpos resultam de poucas pinceladas na cor marrom, sem que possamos afirmar que se trata de mulheres ou de crianças. Assim como em outras pinturas, sem dúvida, o título, principal paratexto, nos induz à recepção e, de certo modo, limita a polissemia da própria imagem, uma vez que, de antemão, trata-se de “mulheres banhistas”.

Outro aspecto que pode ser destacado em Badende Frauen I é o modo como o momento de lazer das três mulheres ao banhar-se é retratado. Assim como ocorre em Badende am grünen Abhang, uma das mulheres está de costas para quem contempla o quadro, desta feita, apoiando-se à encosta, enquanto outra, do lado direito, está sentada na encosta oposta, e a terceira é a única que está dentro do lago, com água à altura dos joelhos, e parece elevar um jarro por sobre a cabeça. Na tela, predominam traços curvilíneos dos corpos, das encostas e da vegetação, com árvores e relva, com variações cromáticas acentuadas e incidência de luz, por contraste, sobre os corpos.

Já o terceiro exemplo da presença temática de banhistas na pintura de August Macke é Badende Frauen II (1913; Mulheres banhistas II), que evidencia o interesse do pintor em produzir uma série de obras sobre esse tema:

Badende Frauen II
(1913; Mulheres banhistas II)
Material: óleo sobre tela, 101,5 × 72,0 cm

(https://www.akg-images.de/archive/Badende-Frauen-2UMDHUWDOM0XB.html )

Desta feita, duas figuras femininas nuas se destacam na tela, uma delas em primeiro plano, frontalmente, e a outra em segundo plano, que parece estar saindo das águas do lago. Mais uma vez, predominam traços curvilíneos na representação dos corpos nus e dos elementos da natureza, com variação de cores, com incidência de luz sobre as banhistas, em contraste com a vegetação e as águas do lago. Assim como ocorre nas duas obras anteriores, os rostos das mulheres não apresentam detalhes.

Em todas as obras analisadas até este momento, deve-se considerar a própria figura da mulher para a representação do ato de banhar-se como lazer. Citada por Victor Andrade de Melo, a historiadora da arte Tamar Garb conclui o seguinte em relação à representação de mulheres na pintura francesa do século XIX, que parece adequado também à pintura de August Macke no início do século XX, na Alemanha: “A posição da mulher na representação é clara: ocupa o lugar familiar da musa, o referente da história da arte, a figura alegórica e até a corporificação do natural contra o qual o cultural é definido e sustentado” (GARB, 1998, p. 223 apud MELO, 2009, p. 51).

Dando sequência a nossa análise, o quarto exemplo da presença temática de banhistas na pintura de August Macke é Badende Mädchen mit Stadt im Hintergrund (1913; Jovens banhistas com cidade ao fundo):

Badende Mädchen mit Stadt im Hintergrund
(1913; Jovens banhistas com cidade ao fundo)
Material: óleo sobre tela, 100,0 x 80,0 cm
(http://www.sammlung.pinakothek.de/de/artwork/Qr4D8M24pE/august-macke/badende-maedchen-mit-stadt-im-hintergrund )

A sequência de obras analisadas até aqui evidencia a variação estilística de August Macke na produção de suas obras, com fortes traços impressionistas em Badende am grünen Abhang e uma crescente intensificação de cores e de formas geométricas nas obras subsequentes, concretizando aquela postura que o crítico de arte Paulo Sérgio Duarte designa de “a grande reviravolta expressionista”: “tomar partido da subjetividade contra as interpretações objetivas da realidade” (DUARTE, 2004). As cenas de banhistas em seus momentos de lazer recebem de August Macke tratamento pictórico diversificado em termos de formas e de luminosidade, que se afasta de uma representação mimética e academicista, rumo às possibilidades ilimitadas que a vanguarda oferecia em termos de inovação artística. Como bem nos lembra Victor Andrade de Melo (2009, p. 48), “[a]utores como Georges Vigarelo (1988) e Alain Corbin (1989) já demonstraram como o aumento da utilização e distribuição da água, bem como a ocupação de praias e rios, tem forte relação com o novo imaginário construído na modernidade”. A obra Badende Mädchen mit Stadt im Hintergrund se insere nesse quadro e, ao mesmo tempo, como já anuncia seu título, apresenta outro elemento: a cidade, pouco perceptível em termos pictóricos para aquele que contempla a tela, que pode divisar alguns elementos geométricos no plano de fundo como sendo de uma torre de igreja e de telhados de casas. Tal cidade poderia bem ser, enquanto motivação para o pintor, Hilterfingen, às margens do Lago de Thun, onde August Macke passou alguns meses, em 1913.

Em primeiro plano, a cena se compõe a partir da representação de algumas figuras femininas, quatro jovens, sendo que três delas estão nuas e banham-se, enquanto uma, de costas para quem contempla a tela, do lado direito, está sentada à margem, vestida. De seu lado esquerdo, jaz no solo a vestimenta de uma das jovens que estão se banhando, um vestido na cor azul, aparentemente idêntico ao vestido da jovem que está sentada à margem, podendo ser um uniforme escolar. Desta feita, é possível reconhecer alguns traços dos rostos das jovens, e a incidência de luz recai sobre seus corpos nus, no centro da tela. Há o predomino de traços curvilíneos na representação dos elementos da natureza e dos corpos das jovens, e de linhas retas da representação da cidade ao fundo, cujos traços se misturam com os traços das folhas das árvores e da densa vegetação às margens do lago.

Por fim, o quinto e último exemplo da presença temática de banhistas na pintura de August Macke é Badende und türkischer Reiter (1912/1913; Banhistas e cavaleiro turco), como representação do uso da água para atividades de lazer:

Badende und türkischer Reiter
(1912/1913; Banhistas e cavaleiro turco)
Material: lápis sobre papel, 28,5 x 39,5 cm – esboço para tapeçaria
(https://www.kunst-fuer-alle.de/deutsch/kunst/kuenstler/kunstdruck/august-macke/345/294/556483/badende-und-tuerkischer-reiter-stickereientwurf/index.htm )

A obra Badende und türkischer Reiter tem suas peculiaridades: a principal delas é o fato de ter sido esboçada para ser tela de tapeçaria. Nota-se que a tonalidade das cores se diferencia sensivelmente das demais obras analisadas, embora guarde certa semelhança no predomínio de traços curvilíneos. Mais uma vez, o título induz à recepção e delimita certa polissemia que a cena pode suscitar, pois duas jovens nuas, com semblantes tensos, olham em direção à figura masculina, um cavaleiro turco, trajando vestes e turbante, montando um cavalo branco rampante. Uma delas está sentada, enquanto a outra está em pé, mas não se visualiza a água. A vegetação rasteira e os arbustos são igualmente representados com traços curvilíneos.

Enfim, a breve análise dessas cinco obras de August Macke nos permitiu constatar questões tanto de ordem estética, quanto de ordem temática. Em termos estéticos, constata-se uma variação significativa de Badende am grünen Abhang, de 1910, com evidentes traços do Impressionismo, para as obras seguintes, todas pintadas no espírito do Expressionismo, algo que nos permite reafirmar o ponto de vista de alguns críticos que consideram August Macke um pintor de transição. Como bem aponta Neusa Cavalcante (2018, p. 16), “[a]s ideias sobre arte, que pairavam no período, negavam a ênfase na imitação e sublinhavam o papel da imaginação e do inconsciente como fatores criativos essenciais, fazendo com que muitos artistas começassem a aceitar as novas liberdades e responsabilidades implícitas nessa atitude”. Ainda segundo a arquiteta e urbanista,

[a]o declarar, em 1890, que uma imagem, antes de ser um cavalo de batalha, um nu, uma anedota ou outros enfeites, é essencialmente uma superfície plana coberta de cores reunidas numa certa ordem, Maurice Denis estabeleceu como princípio da abstração o distanciamento dos laços entre o quadro e seu referente, reafirmando a autonomia da criação. (CAVALCANTE, 2018, p. 16)

Nas obras de August Macke, entretanto, os laços entre quadro e referente ainda se fazem presentes, não obstante a variação estética apontada anteriormente. Além disso, em termos temáticos, como já afirmamos em outros artigos sobre a produção artística desse pintor (CORNELSEN, 2021; CORNELSEN 2022a), a forte relação de Macke com a vida na natureza, desfrutada, sobretudo, nos períodos de residência ou veraneio às margens do Lago Tegern, na Baviera, e do Lago de Thun, aos pés dos Alpes Suíços, fez com que atividades de lazer junto às águas se tornassem fonte de inspiração artística – o banhar-se, o velejar e o caminhar em suas margens, em uma junção entre o desejo de desfrutar o veraneio e a contemplação do belo, que, no caso da representação artística dos corpos nus, coloca em perspectiva também o olhar daquele que os observa.

Todavia, há um contraste significativo a se pontuar, quando comparamos o conjunto de obras, aqui analisado, com outras que retratam, por exemplo, velejadores ou caminhantes nas margens do lago. Enquanto as figuras masculinas e femininas são retratadas vestidas à moda burguesa, com seus trajes alinhados, mesmo desfrutando de momentos de lazer em meio à natureza, nesse conjunto cujo eixo temático é o ato de banhar-se, além da ausência de figuras masculinas, as figuras femininas são retratadas nuas, o que permite, por assim dizer, atrelá-las a uma longa tradição nas artes plásticas que remonta à Antiguidade e também ao Renascimento, mas também ao movimento da FKK, tão intenso no período em que August Macke produziu suas obras, em que o Expressionismo acenava com possibilidades de contestação social e moral. Como bem aponta Victor Andrade de Melo, havia “a concepção de uma nova permissividade para a expressão cultural. Isso ficava bastante notável nos quadros de banhistas, dançarinas, prostitutas e atrizes” (MELO, 2009, p. 142). Haveria, pois, uma variação nos costumes, em que a Freikörperkultur, prática popular ainda nos dias atuais na Alemanha, traria novos ares à rigidez prussiana da Era Guilhermina.

Referências Bibliográficas

AKGIMAGES. Bilder von August Macke, s/d. Disponível em: https://www.akg-images.com/archive/-2UMEBMH6Z1KC.html. Acesso em: 04 jun. 2022.

CAVALCANTE, Neusa. Do Impressionismo à arte abstrata: a influência da fotografia e das teorias da percepção. Paranoá – Cadernos de Arquitetura e Urbanismo. Brasília/DF, n. 21, p. 1-18, 2018. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/paranoa/article/view/24054. Acesso em: 04 jun. 2022.

CORNELSEN, Elcio Loureiro. Imagens do lazer na pintura de August Macke. BELA – Blog dos Estudos do Lazer. Belo Horizonte, 14 dez. 2021. Disponível em: https://estudosdolazer.wordpress.com/author/elcornelsen/. Acesso em: 04 jun. 2022.
CORNELSEN, Elcio Loureiro. O mundo circense e o jardim zoológico na pintura de Auguste Macke. BELA – Blog dos Estudos do Lazer. Belo Horizonte, 26 de abril de 2022b. Disponível em: https://estudosdolazer.wordpress.com/author/elcornelsen/. Acesso em: 04 jun. 2022.

CORNELSEN, Elcio Loureiro. O velejar como lazer e sua representação na pintura de August Macke. História(s) o SPORT (Blog). Rio de Janeiro, 21 fev. 2022a. Disponível em: https://historiadoesporte.wordpress.com/2022/02/21/o-velejar-como-lazer-e-sua-representacao-na-pintura-de-august-macke/. Acesso em: 04 jun. 2022.

DUARTE, Paulo Sérgio. Expressionismo: ontem e hoje. Zero Hora. Porto Alegre, Caderno de Cultura, 04 dez. 2004. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/publicacao/1020_APC_1020_Expressionismo_artigo.pdf. Acesso em: 05 jun. 2022.

FISCHER, Kurt. Die Geschichte der Freikörperkultur. Deutscher Verband für Freikörkerkultur, out. 2014. Disponível em: https://www.dfk.org/geschichte-der-freikoerperkultur. Acesso em: 04 jun. 2022.

GARB, Tamar. Gênero e representação. In: FRASCINA et al. (orgs.). Moderindade e Modernismo: a pintura francesa no século XIX. São Paulo: Cosac & Naify, 1998, p. 219-290.

KUNST FÜR ALLE, Bilder von August Macke, s/d. Disponível em: https://www.kunst-fuer-alle.de/deutsch/kunst/bilder/kuenstler/August+Macke/345/1/index.htm. Acesso em: 06 dez. 2021.

MEISTERDRUCKE. Bilder von August Macke, s/d. Disponível em: https://www.meisterdrucke.pt/artista/August-Macke.html. Acesso em: 06 dez. 2021.

MELO, Victor Andrade de. Esporte, lazer e artes plásticas: diálogos. Rio de Janeiro: Apicuri, 2009.

SAMMLUNG PINAKOTHEK. Bilder von August Macke, s/d. Disponível em: https://www.sammlung.pinakothek.de/de/artist/anxgBP84Eq. Acesso em: 04 jun. 2022.

Notas


[i] Todas as traduções do alemão são de nossa autoria. No original:

Nacktheit bei Sport und Spiel und Baden hatte es schon zu fast allen Zeiten gegeben. Wir denken an die griechischen Athleten, oder an die Badehäuser des frühen Mittelalters und an Goethes Freude am unbekleideten Baden.

[ii] No original:

Gesundheitsförderung und Gesundheitserhaltung, sowie „Zurück zu den natürlichen Ursprüngen“.

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