O presente post tem como principal objetivo abordar uma modalidade esportiva pouco estudada no campo acadêmico que é o Polo Aquático, apresentando relações de sociabilidade criadas por ex-atletas e veteranos que continuam praticando o esporte como atividade de lazer e disputando competições das categorias Master.
Utilizando como referência um grupo de praticantes que se reunem todos finais de semana no Clube de Regatas do Flamengo para perpetuar a principal prática esportiva de suas vidas, compartilhar memórias afetivas e organizar torneios de confraternização, com alto grau de competitividade em alguns casos, esse projeto embrionário que foi primeiramente apresentado na ANPUH 2021 no meio da Pandemia da COVID, pretende a partir de um estudo de campo dialogar com estudos de Memória esportiva e História do Lazer.
Participando esporadicamente e sendo muito acolhido pelo grupo FLAMASTER, as principais fontes serão entrevistas com o auxílio de referências da metodologia da História Oral, além de documentos pessoais e objetos de cultura material dos ex-atletas como: fotografias, medalhas, reportagens, cartazes, toucas, bolas, etc.
A hipótese central é que a prática regular dessa modalidade de esporte coletivo com os intensos treinamentos diários, diversas competições disputadas durante anos, rivalidades individuais e coletivas, estabeleceu vínculos de sociabilidade e coletividade que viabilizaram o surgimento de uma forma de lazer semanal entre ex-atletas que possibilita o acionamento e o enquadramento da Memória esportiva da modalidade.
A partir dos depoimentos de indivíduos que construíram a história desse tradicional esporte nas últimas décadas , pelo menos no Rio de Janeiro, e continuam praticando intensamente a modalidade como forma de lazer e de experiência de vida, acredito que com a realização do estudo proposto seja possível contribuir na discussão sobre a importância do esporte para a formação de grupos de sociabilidade e de lazer que transcendem determinadas temporalidades e especificidades e refletir como o fenômeno esportivo é relevante para discutirmos as situações sociais e a própria relação do indivíduo com a sociedade.
Assim sendo, ouvir, analisar e compartilhar academicamente a experiência de ex-atletas e veteranos de um esporte que geralmente é apenas associado a questões de masculinidades ou a uma natureza elitista sem considerar suas características socializantes, coletivas e apaixonantes pode contribuir também para a reflexão sobre o papel dos esportes amadores na construção das memórias coletivas e individuais e na formação de espaços alternativos de lazer.
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