“Um arco-íris multicultural de sotaques e cores de pele”: a diversão no Campeonato Mundial de Surfe Amador de 1988

19/01/2020

Por Rafael Fortes (rafael.soares@unirio.br)

O Campeonato Mundial de Surfe Amador realizado em 1988 em Porto Rico é frequentemente apontado por jornalistas, surfistas e memorialistas como um marco na trajetória brasileira no âmbito competitivo internacional. Isto porque o brasileiro Fabio Gouveia sagrou-se campeão da categoria Open, a de maior destaque (o mundial amador é uma competição por equipes e este aspecto costumava receber pouco destaque na imprensa brasileira, mas esta é outra história). Um título inédito, tanto entre os campeonatos da primeira era (1964 até 1972, sendo o de 68 também em Porto Rico) quanto aqueles realizados a partir de 1978, organizados pela International Surfing Association (ISA), fundada em 1976.

Enquanto nas revistas de surfe brasileiras a cobertura enfatizou a vitória do atleta conterrâneo, em publicações internacionais a ênfase foi – como era de se esperar – distinta (ainda que Surfing tenha mencionado mais de uma vez o título do brasileiro, inclusive dedicando a ele uma coluna de um terço de página assinada por Sam George). Neste texto, trato de uma reportagem específica, assinada por Mitch Varnes em Surfing, publicação com sede em San Clemente (Califórnia) e circulação nos EUA e em diversos países, inclusive o Brasil. A edição de 1988 do Campeonato Mundial de Surfe Amador recebeu um grande destaque. A matéria de Varnes ocupou nove páginas. Entre os possíveis motivos, penso na condição de Porto Rico (até certo ponto parte dos Estados Unidos), a proximidade (menor gasto com passagens) e a grandiosidade do evento, que contou com patrocínio de diversas empresas dos EUA.

No geral, as matérias com cobertura dos campeonatos de fato destacavam mais a disputa por equipes (fruto do total de pontos obtidos nas categorias disputadas por indivíduos). Isto também ocorreu com a reportagem em questão. Interessa-me, aqui, destacar a grandiosidade e o caráter festivo atribuídos ao evento. A começar pelo título: “O Maior Espetáculo da Terra”. A reportagem destacou que o campeonato foi realizado em três locais do “Havaí do Atlântico”, ocupou duas semanas do mês de fevereiro e atraiu um público porto-riquenho grande e entusiasmado. Vinte e seis países foram representados por quase 400 surfistas – dois recordes. Entre eles “inscrições supreendentes vieram de países como Israel, Itália, Noruega e Alemanha Ocidental”. Houve numerosos elogios aos esforços e competência dos porto-riquenhos na organização – um contraste nítido com as críticas ao campeonato de 1984, na Califórnia.

A ampla maioria dos participantes não tinha possibilidades de título (algo muito frequente em competições esportivas, mas raramente abordado na cobertura midiática), então importou-se mais em jogar sinuca e se divertir no “Ala Mar, um popular point noturno frequentado por competidores menos preocupados ou por aqueles já eliminados. Dançando noite afora no clima tropical, as multidões de surfistas formavam um arco-íris multicultural de sotaques e cores de pele”.

As festas parecem ter sido ótimas. Uma foto mostra jovens à noite num bar/casa noturna, com a legenda: “a equipe venezuelana experimenta um pouco da hospitalidade local”. Vários na imagem seguram latas de Budweiser, cerveja patrocinadora do campeonato. Os competidores ficaram hospedados numa base militar desativada dos EUA – em uma das noites, os Ramones fizeram um show exclusivo para os participantes.

Já o chefe da delegação dos Estados Unidos estabeleceu um toque de recolher para seus subordinados. Por ocasião do “show de talentos especial” das delegações, “a ausência” dos atletas daquele país foi “mais notável”. Para completar, o chefe da delegação apresentou uma reclamação formal à organização, argumentando, segundo a reportagem, que tal evento noturno “mantinha seus surfistas acordados até muito tarde, comprometendo desnecessariamente a seriedade da competição”. Em contraste, na referida noite,

“O resto do mundo se divertiu à beça. Sob a luz das estrelas e o conjunto de bandeiras nacionais esvoaçantes, os japoneses lutaram sumô; (…) os anfitriões porto-riquenhos e os visitantes taitianos compararam provocativos flamencos com vigorosas hulas. Foi uma noite rara e especial, e somente uma corajosa iniciativa de Bill McMillen, da Flórida, que subiu ao palco com sua solitária gaita e tocou algumas canções de blue-grass, salvou o tristemente desinteressado time dos Estados Unidos de um distanciamento cultural total.”

Após estes e outros parágrafos sobre o espírito de alegria e congraçamento que estes encontros de jovens proporcionam, a matéria se encerra citando o caso do representante da Noruega, praticante solitário nas águas geladas de seu país, mas “talvez o surfista mais satisfeito de todo o evento” por nele ter encontrado camaradagem e, durante “duas semanas loucas e ensolaradas (…), uma família” na comunidade do surfe.

Para saber mais

FORTES, Rafael. A cobertura do Campeonato Mundial Amador em Surfing (1978-1990). Contracampo, Niterói, v. 36, n. 2, p. 179-199, ago.-nov. 2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.22409/contracampo.v36i2.955>. (A version in English is available.)

Sobre o esporte em Porto Rico, ver os trabalhos do pesquisador Antonio Sotomayor, em especial o livro The Sovereign Colony: Olympic Sport, National Identity, and International Politics in Puerto Rico. Lincoln: University of Nebraska Press, 2016.


Copa e Olimpíada: tocamos as obras, violamos direitos, vamos em frente

29/08/2011

Por Rafael Fortes

No finzinho de 2010, escrevi uma análise (com traços de prognóstico) sobre a organização dos megaeventos esportivos no Brasil, no que diz respeito aos interesses da maioria da população e aos cofres públicos. De lá para cá, para tragédia do país onde nasci e, em particular, da cidade onde vivo (Rio de Janeiro), os acontecimentos indicam que eu estava certo.

Estou longe de ser o único com esta avaliação, inclusive entre os que estudam esporte. Em entrevista publicada no jornal Brasil de Fato, Gilmar Mascarenhas de Jesus, professor de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), apresenta dados e interpretações bastante críticos a respeito da forma como os megaeventos esportivos vêm sendo preparados no Brasil. Além disso, descortina os interesses e projetos de cidade aos quais os megaeventos estão associados e subordinados.

Movimentos sociais, ONGs, moradores atingidos pelas obras e (poucos) mandatos legislativos e políticos vêm, com imensas dificuldades, lutando para garantir direitos, conter o rodo e divulgar os acontecimentos. Um exemplo é vídeo abaixo, feito com o objetivo político de mobilização a favor da instalação da CPI das Remoções na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Trata-se de compilação de vídeos relativos às remoções que vem acontecendo na cidade (veja também a segunda parte). Na fala do morador (a partir de 4’49”), repare que a casa atrás dele está pintada com números e as iniciais SMH, que provavelmente correspondem a Secretaria Municipal de Habitação. A fala de Raquel Rolnik, professora da USP e relatora da ONU para o direito à moradia, é tão clara quanto estarrecedora.

A legitimação política, ideológica, econômica e prática para a realização da maioria destas obras é preparar a cidade para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. A quantidade e qualidade das ilegalidades, arbitrariedades e crimes cometidos pelo poder público (executivos municipais, estaduais e federal, mas não só) impressiona.

Vale a pena conferir também um relato em inglês dos acontecimentos e da produção de quatro curtas, bem como os próprios vídeos (os quais formam a base dos dois vídeos-coletânea citados acima). Num deles, um morador que teve sua casa destruída afirma se sentir “um otário”, pois comemorou a escolha do Brasil para sede da Copa de 2014, mas agora percebe as consequências nefastas da decisão.

Percebe-se claramente a lógica de rolo compressor – ou rodo, como defini em outro espaço – que orienta as ações. O depoimento de um morador da Vila Recreio 2, num dos vídeos citados, deixa clara a falta de informação e de acesso aos projetos das obras. Ao final deste vídeo, a mesma Rolnik explica que prejudicar os pobres faz parte desta mesma lógica.

Esta lógica não é coisa nossa. Recentemente, funcionou também na África do Sul (Copa do Mundo de 2010) e Grécia (Olimpíada de 2004). Há numerosas análises sobre as consequências da última Copa. Uma delas foi feita recentemente por um professor sul-africano em evento promovido pelo IPPUR, da UFRJ, e relatada no boletim Olhar Virtual:

Ao final de sua apresentação, o convidado concluiu que a melhor maneira de organizar um mega evento como a Copa do Mundo é incluindo a população, para evitar revoltas sociais e ajudar no desenvolvimento do país (…)

Ou seja, justamente o contrário do que ocorre no Brasil.

Vivemos em uma democracia formal desde 1979, 1985, 1988 ou 1989 – dependendo do marco escolhido. Contudo, a população e a sociedade organizada ficam fora da discussão e da tomada de decisões, contrariando leis e qualquer parâmetro de bom senso, ética, decência e razoabilidade. Decisões e realizações (sobre obras, projetos, liberação e uso de recursos públicos etc.) são feitas de forma secreta, sem participação da população. Temos, no governo e no poder, partidos integrados por centenas, talvez milhares de perseguidos pelo regime de exceção instaurado em 1964. Tragicamente, a organização dos megaeventos, ao menos em certos traços, lembra a época do “Ninguém mais segura este país”.

*  *  *

Por indicação do colega de blogue Coriolano, li esta inacreditável entrevista de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, à revista Piauí. Outro escriba deste espaço, Victor Melo, leu recentemente Jogo Sujo, do jornalista britânico Andrew Jennings, e disse que, a julgar pelo relato, a situação é duzentas vezes mais cabeluda do que imaginamos. A obra é apresentada pela editora brasileira como “o livro que a Fifa tentou proibir”.

Capa do livro que Ricardo Teixeira conseguiu proibir.

No caso brasileiro, talvez, em breve, consiga. Afinal, há um precedente: CBF – Nike, escrito pelos então deputados federais Aldo Rebelo (PCdoB/SP) e Silvio Torres (PSDB/SP) e editado em 2001 pela Casa Amarela, foi recolhido e permanece, até hoje, proibido. (É possível encontrá-lo em sebos, inclusive virtuais. Mas a proibição jogou o preço lá em cima.) Eles foram, respectivamente, presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) CBF/NIKE, que investigou a relação da confederação com a fornecedora de material esportivo – e acabou em pizza, “sem votação do Relatório” final.

Segundo o excelente texto de Daniela Pinheiro, Teixeira declarou: “Meu amor, já falaram tudo de mim: que eu trouxe contrabando em avião da Seleção, a CPI da Nike e a do Futebol, que tem sacanagem na Copa de 2014. É tudo coisa da mesma patota, UOL, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas.” A lista é precisa: concentra os veículos que, dentro da mídia corporativa, fazem uma cobertura crítica – ora mais, ora menos; uns mais, outros menos – em relação ao esporte, à maneira como estão sendo organizados os megaeventos esportivos e à condução das entidades que mandam no esporte brasileiro, como a CBF.

De acordo com o relato, Teixeira compara a CBF a entidades privadas como o banco Bradesco, afirmando que as pessoas não têm nada a ver com a contabilidade da entidade. Em outro trecho, lembra que, ao gravar entrevistas ocm dirigentes da entidade sobre a preparação para a Copa do Mundo, os jornalistas da TV Globo nada perguntaram sobre as numerosas denúncias de corrupção.

Lá no início, falei que as obras eram uma tragédia não apenas para a maioria da população, mas também para os cofres públicos. Exemplo disso é a matéria “Gasto olímpico grego ilustra a perda de controle das finanças“, de Vitor Paolozzi, publicada no jornal Valor Econômico. Além de entrevistar um professor da London School of Economics cujo sobrenome, curiosa e apropriadamente, é Economides, aponta vários erros e absurdos cometidos. Um dos problemas principais, no caso grego, foi o suborno de autoridades por parte de empresas interessadas em ganhar licitações e fornecer produtos e serviços para os jogos e para as obras a eles relacionadas.

Difícil imaginar que esteja acontecendo e vá acontecer algo semelhante no Brasil, não?


Domingo de diversões em subúrbio de Bogotá

04/10/2010

Por Álvaro do Cabo (texto) e Rafael Fortes (fotos e edição)

Aproveitando a recente passagem pela capital colombiana para participação no Congresso Latino-Americano de Comunicadores (ALAIC 2010), além de visitarmos espaços culturais como o Centro Cultural Gabriel García Márquez, Museu do Ouro e Museu Botero (o famoso “pintor das gordinhas”), no final de semana nos dedicamos ao turismo futebolístico.


Estádio El Campín, Milionários 2x0 América de Cáli.

Acompanhados de nosso hermano David Leonardo Quitián Róldan – jornalista esportivo, sociólogo e autor de um informativo livro sobre o futebol colombiano – conhecemos no sábado o famoso Estádio El Campín, público, que está sendo remodelado para o Mundial Sub-20 que se realizará no país em 2011. Assistimos a um clássico nacional:  Milionários 2 x 0 América de Cali.


Torcida barra-brava do Milionários

Além do baixo nível técnico da partida, os fatos que nos impressionaram foram: a quantidade de policiais e sucessivas revistas que ocorrem antes da entrada nas arquibancadas; a proibição de entrar com cintos que tenham fivela, situação que enseja uma atividade comercial informal de guardia-cinturones no entorno do estádio (paga-se aproximadamente R$ 2 a um guardador para deixar o cinto, recebe-se uma senha e, após o jogo, procura-se o guardador em um dos canteiros próximos à saída, entrega-se a senha e retira-se o pertence), e as torcidas no estilo barra brava – que costumamos associar à Argentina –, pulando e cantando ininterruptamente, com muitos dos hinchas sem camisa, apesar da baixa temperatura na chuvosa noite de sábado.


Estádio de Techo, placa na entrada da torcida visitante

Porém, a partida que mobilizou nosso último dia na cidade é que realmente espelha a paixão pelo futebol nos rincões latino-americanos. Um domingo no parque no distante (do Centro) Barrio Kennedy, onde acompanhamos o derby La Equiedad Seguros x Real Cartagena, pela mesma 11a. rodada do Campeonato Colombiano.

Com capacidade para 8 mil pessoas, o Estádio de Techo, também público e conhecido como “Goles en Paz”, fica em um aprazível bairro do subúrbio de Bogotá que leva como alcunha o nome do ex-presidente norte-americano e foi construído no terreno de um antigo hipódromo. O estádio faz parte de um complexo de lazer da empresa seguradora Equiedad, composto também pelo parque de diversões “Atracciones Mundo Aventura” e área verde.

Passamos pela minuciosa revista – desta vez mantendo nossos cintos – e subimos as escadarias do estádio para nos posicionarmos junto às cabines de rádio e imprensa, próximo a animados torcedores do Cartagena, clube da cidade histórica situada no litoral norte. Porém, os cartageneros das Índias apresentaram um péssimo futebol na primeira etapa e logo sofrem o primeiro tento, assinalado pelo argentino Ariel Carrero aos 6 minutos. A equipe do Equiedad  controla bem a partida, tem jogadores habilidosos e demonstra um futebol superior ao das tradicionais equipes que vimos na véspera e que são os maiores campeões da Colômbia, com treze títulos cada. Equiedad e Real Cartagena encontravam-se à frente na tabela, ocupando respectivamente a quarta e a quinta posições.

Nosso correspondente Álvaro do Cabo pega um refrigerante no intervalo.

Fim da primeira etapa e pausa para provar o refrigerante Postobon, empresa que patrocina o campeonato, inclusive nomeando-o (Liga Postobon). Servido pela “chica postobon” Andrea, a gaseosa lembra ícones do ramo no Brasil como Guaraná Jesus ou Radar ou a famosa soda amarelada peruana Inca Cola. Com uma coloração rosada, o sabor é mais para Posto que para bom.

Durante o intervalo pudemos observar também a performance das “porristas”. Não referimos a pessoas alcoolizadas, pois bebida alcoólica também é proibida nos estádios colombianos, mas sim às cheerleaders locais.

Mesmo com o placar desfavorável,  a torcida cartagenera toca flauta, canta, dança ritmos caribenhos e adora aparecer para a televisão local. Responsável pela cobertura dos jogos do Equiedad para o periódico esportivo Nuevo Estádio, David (cuja matéria sobre a peleja está aqui) nos explica que, provavelmente, a maioria se constitui de atuais moradores de Bogotá que se sentem representados pelo Real canarinho.

Animadoras de torcida do Equiedad agitam pompons e exibem bandeira durante substituição.

No início do segundo tempo um petardo na trave com a bola amarela Golty parece anunciar que o Real equilibrará a partida. E a torcida, eufórica, pede a entrada do ligeiro atacante Kevinson Palomino. Diversas substituições nas equipes. Quando a mudança é no Equiedad, está sempre presente uma “porrista” levando uma bandeira com propaganda da companhia seguradora – mercantilização do futebol é isso aí. Quando Palomino pega na bola a torcida, inflamada, grita “Prende la moto” (incentivo para o atacante acelerar).

As mudanças no alviverde Equidad funcionam melhor e a equipe mantém o domínio da partida. Aos 28 minutos da segunda etapa, um dos reservas, Johnny Cano, aproveita boa jogada de contra-ataque e amplia o placar. Mesmo com o placar adverso, a torcida visitante segue cantando e fazendo presepadas para a televisão local. Aos 38, comemora bastante o gol de Cardozo, em um bate-rebate na área típico das jogadas de abafa executadas pelos times em desespero. No mesmo instante surge um arco-íris ao fundo, próximo a montanha russa do parque. Haveria um empate heróico para a equipe dourada ao final do arco-íris?

Nos minutos finais, pressão com bolas alçadas na área, torcida gritando “Si se puede”, mas a superioridade técnica e organização tática prevalecem. O time/empresa  Equiedad vence o histórico Real por 2×1. A bandeira da Universidad de Cartagena com foice e martelo é recolhida, enquanto ambas as torcidas aplaudem suas equipes.

Festival de cores atrás da meta. Balões: rosa (refrigerante patrocinador da liga), azul (logotipo da liga, com a mesma marca de refri), alviverde (patrocinadora/dona da equipe local), amarelo (bola oficial). E o barco viking girando no parque de diversões.

Em um momento que se fala tanto da espetacularização do futebol e seus malefícios, a diversão de estar presente num Domingo no Parque de um subúrbio de Bogotá e assistir um jogo de futebol no real sentido de buscar entretenimento para o sagrado dia de descanso demonstra que, independentemente, das grandes marcas esportivas, dos superatletas globalizados, da alta técnica das partidas, dos interesses econômicos de companhias de seguros ou de marcas de refrigerante, o futebol continua sendo fonte de prazer, adrenalina e emoção para os espectadores, assim como os freqüentadores de um parque de diversões.

Mesmo em uma sociedade altamente militarizada, com toque de recolher,  dividida pelo poder das guerrilhas, dos paramilitares e da nociva influência norte-americana, uma simples partida dominical de futebol entre um time-empresa e um Real-histórico pode promover a diversão de se assistir goles en paz.