Apontamentos históricos sobre o surfe em Niterói: uma homenagem a Rafael Fortes

25/01/2024

Por Victor Andrade de Melo

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Na segunda metade dos anos 1960, como expressão do delineamento de uma “juventude saudável”, assim como ocorrera em outras cidades, o surfe começou a ser praticado em Niterói. As pranchas começaram a fazer parte do cotidiano de algumas praias niteroienses.

A modalidade logo passou a ser representada também como sinal de rebeldia, tanto mais por sofrer constantes tentativas de proibição por parte da polícia. Além disso, surf também denominava um ritmo jovem de dançar, como o twist, o monkey e o hully-gully.

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Surfistas na altura da Pedra de Itapuca. O Cruzeiro, 7 jan. 1967, p. 98. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/003581/159965?pesq=%22Gualter%20Mathias%22

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Rapidamente, o surfe passou a integrar a programação de alguns festivais esportivos, especialmente os promovidos na Praia de Icaraí. Foram realizados os pioneiros campeonatos. Em 1967, o Clube de Regatas Icaraí criou um Departamento para a modalidade, o que motivou ainda mais os praticantes. A despeito de seu caráter em certa medida transgressor, o surfe também foi representado como um bom exercício, uma questão que se tornou candente em Niterói.

Nos anos 1970, aproveitando a melhoria do acesso e das condições estruturais da Região Oceânica, os surfistas já estavam se deslocando para Itacoatiara, que apresenta melhores condições para a prática do esporte das pranchas.

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Surfe em Icaraí. O Cruzeiro, 7 jan. 1967, p. 97. Disponível em: http://memoria.bn.br/docreader/003581/159964?pesq=%22Gualter%20Mathias%22

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A partir de então, número cada vez maior de campeonatos, progressivamente mais bem estruturados, foram promovidos em Niterói, cidade na qual já surgiram destaques não só na parte competitiva da modalidade, como também na área técnica, no que se refere tanto à arbitragem quanto ao uso de recursos computacionais para apuração dos resultados. Contribuiu para tal desenvolvimento a ainda ativa Associação de Surfe de Niterói, cujo trabalho sempre foi marcado por um denotado investimento na formação de jovens atletas.

Itacoatiara tornou-se um templo do surfe, lugar no qual se forjaram grandes lendas e histórias incríveis foram registradas. Atualmente, a bucólica praia de Niterói é uma das referências nacionais e internacionais no que tange a ondas grandes, acolhendo diversos eventos dessa modalidade.

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Matéria sobre prova do Circuito de Surfe disputada em Itacoatiara. Em destaque, um dos mais vitoriosos surfistas de Niterói, Ricardo Tatuí. Jornal do Brasil, 15 mai. 1988, p. 4 (caderno Niterói). Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/030015_10/231633?pesq=Surfe+Itacoatiara

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Assim como o surfe na década de 1960 ajudou a configurar uma imagem para a Praia de Icaraí, também foi importante na construção de novas representações para Itacoatiara, que passou a ser encarada não só mais como lugar de descanso e repouso, procurado por gente de mais idade, mas também como espaço no qual se cultua uma prática que mexe com a emoção, buscada por pessoas mais jovens. Ainda que ambos compartilhassem o amor pela natureza e a valorização do bucolismo, a placidez de um grupo se chocava com o frenesi de outro.

Aqueles jovens que desejavam se divertir e pensar numa alternativa de vida – é bom lembrar que no mundo e no Brasil, aqui mais tardiamente, a prática do surfe se cruzou com ideias contraculturais – se constituíram também num sopro de leveza numa cidade que passava por tantas dificuldades, projetando-a nacional e internacionalmente.

“Itaquá” ou “Itacoá”, como à Praia se referem alguns niteroienses, foi se transformando em sinônimo de flertes, namoros, festas, renovados costumes. Por lá também se estruturaram outros esportes, como o windsurfe e o bodyboard, modalidades que também movimentaram a cidade e deixaram registros na memória urbana.

Nesse cenário, assim como ocorrera em outras cidades, surgiram novos hábitos alimentares. Na década de 1980, foram criados o quiosque “Onda Natural” (1984) e o “Sanduíche do Marcelo” (1988), ambos produzindo sanduíches que caíram no gosto de jovens frequentadores de Itacoatiara. O mate gelado é acompanhamento quase obrigatório.

Graças ao segundo, que na verdade começou a atuar em Camboinhas, logo a novidade se espalhou para outras praias. Na verdade, o sanduíche natural do Marcelo é vendido por toda Niterói, inspirando concorrentes que se esmeram em oferecer produtos sempre frescos e saborosos. Um deles é o sanduíche natural do Sérgio, falecido irmão de Marcelo, também muito conhecido na cidade.

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O post acima é um extrato de um livro sobre Niterói que escrevi e está para ser lançado. Quis o destino que eu fosse o responsável da semana em nosso blog logo no momento em que partiu o amigo e irmão Rafael Fortes, Rafão.

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Conheci Rafão na primeira disciplina que ministrei no PPGHC/UFRJ, lá pelo ano de 2005. Fui membro da banca de doutorado dele, seu parceiro em muitas jornadas do grupo, do campo da História do Esporte, em artigos e livros, na vida.

Algumas vezes brigamos, nos estranhamos, estivemos distantes. Mas sempre realinhamos, nos reencontramos, voltamos a declarar nossa amizade. Coisas de dois bicudos que volta e meia soltavam faíscas.

Quando chegou ao Laboratório Sport, entre outros, o niteroiense Rafa trouxe os debates sobre o surfe, tema no qual se tornou um dos grandes especialistas do Brasil. Muitas foram as profícuas discussões que tivemos com ele acerca desse e outros assuntos.

Rafa vai fazer muita falta. Deixa muitas saudades.

Missão cumprida, irmão, vá em paz. Nós seguimos aqui nossa trajetória sempre lembrando de ti. E sempre reafirmando os princípios que nos uniram e fizeram nosso grupo chegar aos quase 18 anos de trajetória: é possível ser sério no trabalho e divertido na vida.

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Aportes de las inmigraciones europeas del siglo XIX al desarrollo deportivo en Uruguay (II): los italianos

31/08/2023

por Gastón Laborido (gaston_laborido1@hotmail.com)

La inmigración italiana al Uruguay en el siglo XIX

Previo a constituirse en un estado independiente (1828), el territorio oriental ya había recibido algunos inmigrantes pero de forma poco sistematizada y más esporádica. En esta etapa previa, también llegaron algunos italianos. Algunos de ellos eran revolucionarios que escaparon de las oleadas revolucionarias de 1820 y 1830 en Italia, mayoritariamente provenientes del Piamonte, los Estados Pontificios y regiones del Mezzogiorno.

Esta primera etapa de presencia de italianos en nuestro territorio tuvo algunas manifestaciones en el plano de las actividades físicas. En efecto, surgió en 1829 una troupe de acróbatas italianos de circo. De acuerdo a J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas “(…) asombraron a la multitud con sus pruebas de pirámides y de equilibro, con arriesgados ejercicios sobre un alambre tendido en altura sobre la Plaza Mayor” (1965, p. 14). En una ocasión la cuerda tendida entre lo alto del Cabildo hasta descender en el centro de la Plaza causó suspenso y emoción a la multitud.

Isidoro de María (1815-1906), quien en sus crónicas recogidas en Montevideo Antiguo nos pinta parte de la realidad de la época y describe de forma notable escenas cotidianas, señala que

 Olvidábamos a  Chiarini,  el mentado pruebista, como  llamaban  entonces,  que  tuvo  en  su  clase  tan buena parte en  la  lucidez  de  las  fiestas, echándole tierra a Laforeste y otros pruebistas que le habían precedido funcionando  en  los  circos  improvisados  en algunos corralones,  como  verbigracia,  en el que   conocimos el    año  22  en  la calle Santiago, al  este del conventillo del Padre Saúco, que  ocupa  hoy la  iglesia  de  San Francisco,  perdurable   recuerdo  de su   buen  Párroco don  Martín (Q.  E. G. S.), y en  que, por  más  señas, chiquilines, compramos sitio en  una rabona.

 ¡Oh!  Chiarini  fue  una  de  las  notas  sobresalientes en  la gran fiesta. (De       María, I., 1957, p. 347-348).

En los primeros años de vida independiente del país, la población y su densidad eran escasas. Los historiadores estiman que en 1830 había 74.000 habitantes, de los cuales 14.000 estaban en Montevideo (20%) y 60.000 (80%) en los veinticuatro poblados entonces existentes en el resto del país (Castellanos, A., 2011). Por otro lado, la densidad de población era de 0,4 habitantes por km2.

Esa problemática se fue superando paulatinamente en la segunda parte del siglo XIX, producto de transformaciones decisivas que comenzaron durante el período 1830-1860, en el cual la población se duplicó como resultado de la llegada de miles de inmigrantes, destacándose los de origen europeo. De esta manera, el número de inmigrantes comenzó a aumentar a partir del año 1830, proceso que se vio favorecido por la eliminación de trabas a la migración.

El grueso de los inmigrantes llegó desde Europa y desde diferentes regiones del área cultural latina: canarios, vascos, gallegos, catalanes, piamonteses, calabreses, sicilianos, bearneses y bretones. También llegaron ingleses, escoceses, irlandeses, suizos, alemanes, austrohúngaros, eslavos. Desde el sur del Brasil se trasladaron también nuevos pobladores, en una invasión pacífica que caracterizó la presencia lusitana en el país.

En este contexto, comienza a vislumbrarse la presencia italiana en las corrientes migratorias llegadas a Uruguay. De acuerdo a Angélica Vitale Parra (1996) “la presencia italiana en el país, permanece documentada oficialmente desde 1830, año en el que los primeros flujos migratorios, cerca de 8.000 personas, llegaba de Piemonte. Génova y Lombardía a tierras uruguayas (…)“. (p. 11).

Dentro de los flujos migratorios se puede distinguir varias oleadas. De acuerdo al historiador uruguayo Oscar Mourat (citado en N. Duffau y R. Pollero, 2016), la primera de ellas comprende el período 1830-1850 aproximadamente, en el cual, se movilizó entre 40.000 y 45.000 inmigrantes aproximadamente. Hacia 1835 arribaron canarios, vascongados, navarros y gallegos, pero a partir de 1837 en su mayoría los inmigrantes eran de origen francés. La inmigración francesa así como la italiana se acentuó a partir de 1838, con el bloqueo marítimo a Buenos Aires (N. Duffau y R. Pollero, 2016).

Hacia 1840 (a comienzos de la Guerra Grande) la población del país fue estimada en 140.000 habitantes, de los cuales cerca de 40.000 en Montevideo (Barrán, J.P., 2011). Como señalan N. Duffau y R Pollero (2016) “Los inmigrantes llegaban como recurso para solucionar el grave problema de la reducción de oferta de mano de obra a la que se enfrentaba el nuevo Estado (…)” (p. 216).

Al finalizar la Guerra Grande en 1852, las consecuencias fueron perjudiciales para el desarrollo económico y social del país. El gobierno del presidente Juan Francisco Giró en 1852 resolvió hacer el Primer Censo Nacional, en el cual se constató que la población había descendido a 132.000 y la de Montevideo a 34.000. La población descendió producto de la Guerra, de la huida de orientales a regiones fronterizas y también porque una porción grande de los inmigrantes europeos emigraron. Esto acentuó la escases de mano de obra y dificultó la recuperación ganadera y saladeril.

De esta manera, tras la culminación de la Guerra Grande comenzaba la segunda oleada inmigratoria, que ocurrió entre 1850 y 1860. Para 1860, se calcula que la población en el Uruguay era de 200.000 personas y el 35% de ellas eran extranjeros. Si pensamos en la capital, ese porcentaje era mayor y trepaba hasta el 48% de extranjeros; en este sentido, prácticamente uno de cada dos habitantes de Montevideo era extranjero.

Esta segunda etapa inmigratoria involucra a unas 70.000 – 75.000 personas, esta vez con mayoría de italianos, seguidos por españoles, que conformaron el grueso aporte europeo. Estos grupos se establecieron mayormente en la capital y sobre todo los italianos y canarios se abocaron al trabajo de chacra. Sobre estos italianos llegados a Uruguay, Angélica Vitale Parra (1996) señala que

(…) A partir de la segunda mitad del siglo XIX en más, llegaron al país artesanos  y constructores provenientes de Friuli, Emilia-Romagna, Marche y  Toscana, agricultores de Piemonte y Veneto, trabajadores y vendedores    ambulantes de la    Italia meridional, etc. En la década del ’60. el número de italianos en el país ya  alcanzaba a los 20.000, cifra que fuera altamente   superada durante la década        posterior (60.000). (p. 11).

Un tercer momento clave dentro del proceso de inmigraciones europeas al Uruguay en el siglo XIX, corresponde al período posterior a 1880, en el cual los inmigrantes se radicaron mayoritariamente en el medio urbano y particularmente en la capital del país. Para esa época se estima que el Uruguay tenía una población de 700.000 habitantes, de los cuales casi la mitad eran extranjeros. Aquí llegaron nuevamente italianos del sur, que trabajaron en tareas de agricultura en las periferias de la capital, mientras que otros se convirtieron en artesanos o en trabajadores urbanos. El creciente número de italianos que llegaron a Uruguay, provocó que de la población extranjera en 1884, el 50% eran italianos. También en esos años, ingresaron al país franceses y españoles (que se desempeñaron mayormente en tareas de servicios). De acuerdo al planteo de Angélica Vitale Parra (1996)

En los últimos años del siglo XIX y a pesar del sostenido aumento del número de inmigrantes, se constataban cambios significativos en la forma de inmigrar, se inicia entonces, un proceso migratorio de carácter espontáneo, proceso que se cerrará parcialmente en las primeras décadas del siglo XX. (p. 11).

La inmigración se frenó abruptamente en 1890, cuando se promulgó la nueva ley de regulación de la inmigración. El censo de 1908 señalaba que solo el 17% de la población era extranjera. En ese censo, se registran 62.337 italianos, en tanto los españoles eran 54.885, 27.789 brasileños; 8.341 franceses y 27.850 inmigrantes de otras nacionalidades. Luego de la primera Guerra Mundial comenzaron a llegar nuevos inmigrantes: armenios, rusos, árabes, judíos de Europa Oriental.

El deporte en la colectividad italiana

La llegada de inmigrantes europeos entre 1830 y 1850, provocó cambios importantes para el Uruguay en diferentes esferas. Por un lado, creció el tráfico marítimo en el puerto de Montevideo y el comercio exterior se acentuó. En este sentido, el aporte de los inmigrantes europeos fue fundamental para el desarrollo económico del país. Por otro lado, la afluencia creciente de inmigrantes y la formación de las colectividades extranjeras fueron muy importantes para el desarrollo deportivo en el Uruguay, aunque aquellas primeras manifestaciones se caracterizaban por su vaguedad e imprecisión. Fue un fenómeno esencialmente urbano y se destacaron las colectividades inglesa, francesa, suiza, española e italiana en este período. Las primeras manifestaciones se dieron  alrededor de la pelota de mano y el cricket. Los italianos jugaban a las bochas, esgrima y el pallone.

El deporte en este período se reduce al interior de las colonias de extranjeros residentes en Montevideo y en algunas localidades del interior donde iba llegando el ferrocarril y se radicaban empresas de estos forasteros. Este proceso consistió esencialmente en la fundación de clubes deportivos. Éstos, de carácter eminentemente democráticos –a imagen y semejanza de sus originarios de Inglaterra- fueron dirigidos en este período por los propios deportistas (…) (Gomensoro, A., 2015, p. 10)

En ese sentido, de acuerdo a J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) “cada sector extranjero conservó fielmente su modalidad deportiva, sin mezclarse entre ellos, sin intervención de los criollos” (p. 20). Con el correr del tiempo, se fueron acercando progresivamente algunos integrantes del patriciado oriental. En consecuencia, en esta etapa inicial, los clubes y sociedades deportivas que fundaron los inmigrantes se caracterizaron por ser totalmente independientes del Estado, que permaneció ajeno a este nuevo fenómeno social.

 

Las bochas

El juego de bochas (en italiano bocce) es un deporte que en su formato actual es el que se desarrolló en Italia, mientras que en otras partes de Europa adquiere otras características, como es la de los boules (en francés pétanque). Este deporte se transmitió hacia el Río de la Plata con los primeros inmigrantes italianos y luego se afianzó por la gran corriente migratoria hacia el siglo XIX volviéndose muy popular y adoptado por la sociedad.

De acuerdo a J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) en el padrón de Montevideo de 1835 ya se señalaba la presencia de dos canchas de pelota con frontón, cuya presencia se registraba en el interior, junto con pulperías y boliches, con sus clásicas canchas de bochas, que ya se conocían en 1780, o del juego de bolos, que se practicaba en baldíos, calles y plazas. Estas prácticas eran llevadas a cabo por jóvenes y desocupados como forma de entretenimiento.

A partir del año 1900 el juego de las Bochas se fue organizando en plan deportivo, para ello se comenzaron a escribir normas para su desarrollo. De esta manera, las bochas pasaban a institucionalizarse como deporte moderno. La primera Federación Internacional reconocida por el Comité Olímpico Internacional tuvo su nacimiento en la ciudad de Lyon y la integraron Francia, España, Italia, Suiza, Mónaco, Bélgica, Yugoslavia y Luxemburgo. En el caso de nuestro país, el 28 de mayo de 1930 se fundó la Federación Uruguaya de Bochas en Montevideo.

El pallone

El pallone era un antiguo juego romano que denomina a varios juegos de pelota, jugados en todas las regiones italianas, con pocas diferencias en su reglamentación. Según J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) este juego fue registrado incluso en las ruinas de Pompeya. El pallone era como un juego de pelota ante un frontón y después fue en un campo abierto. Se practicó con equipos de 4 jugadores portando un bate (similar al cricket).

Este juego varió en su expresión a través del tiempo. De este modo, el pallone col bracciale o simplemente bracciale fue particularmente popular en todos los Antiguos Estados de Italia y desde el siglo XVI era el más popular de la antigua Italia. El primer reglamento de este deporte, obra de Antonio Scaino de Saló, data de antes de 1555.

La pelota era un deporte muy popular en el XIX cuando conoció su momento de mayor auge, sobre todo en Toscana, Piamonte, Liguria y Emilia-Romagna, en el centro y norte del país. De esas regiones italianas eran muchos de los inmigrantes que llegaron a Uruguay en el siglo XIX. J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) señalan que la práctica del pallone en nuestro medio “(…) se limitó al cerrado núcleo de la colectividad italiana” (p. 32).

En el año 1871 la colectividad italiana de Montevideo a través de la Sociedad Deportiva Italiana celebró el primer año de la toma de Roma (20 de setiembre de 1870), que marcó un hito fundamental para el proceso de la unificación italiana. En esta sociedad se “(…) realizaba anualmente celebraciones y festejos con procesiones, bailes y pasatiempos deportivos que desarrollaban en el Prado, donde practicaban carreras y el juego denominado “pallone”” (Buzzetti y Gutiérrez Cortinas, 1965, p. 32).

La esgrima

La presencia de extranjeros no solo fue importante en la introducción de actividades recreativas y deportivas, sino que también “(..) determinaba la enseñanza de deportes, bajo el rótulo de maestros de gimnasia, esgrima o tiro, y la plaza era ávida de estas manifestaciones que tenían buena acogida.(…)” (Buzzetti y Gutiérrez Cortinas, 1965, p. 15). Al igual que los franceses, los italianos introdujeron, practicaron y compitieron en esgrima y gimnasia. En este sentido, es que aparecieron algunos maestros italianos y franceses, por ejemplo, en 1842 el francés Monsieur Saycel fue el maestro de esgrima del presidente Joaquín Suárez.

La esgrima surge como un deporte de combate en el que dos atletas utilizan espadas para atacarse y defenderse mutuamente con el objetivo de golpear a su adversario para sumar puntos. Con el paso de los años comenzaron a surgir las escuelas de esgrima en el continente europeo y luego se expandieron a otras partes del mundo. En lo que refiere al Uruguay con la esgrima pasó algo similar a lo que ocurrió en el mundo: hubo una transición de la esgrima de lo militar a la práctica deportiva.

La Academia de Gimnasia y Esgrima se inauguró en 1874. Si bien tuvo entre sus fundadores a uruguayos, contó con el profesor Augusto Casciani, ex oficial del ejército italiano. Casciani fue profesor de gimnasia en el Colegio de la América del Sur. Tanto Augusto Casciani como Alejandro Tenente son recordados como profesores de armas de la primera época de la esgrima en Uruguay.

El mayor impulso de la esgrima en Uruguay ocurrió a inicios del siglo XX, cuando el maestro Nicolás Revello funda su Academia de Gimnasia y Esgrima en el barrio Pocitos. Contrata al profesor Primo Gianotti para el equipo de gimnasia. Estos profesores concurrieron a varios torneos en los clubes Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires y de La Plata.

El proceso de institucionalización de la esgrima como deporte moderno a nivel mundial tiene como fecha el 29 de noviembre de 1913 cuando en París se fundó Federación Internacional de Esgrima. En tanto, la Federación Uruguaya de Esgrima tiene como fecha el 18 de mayo de 1921.

Referencias:

  • BUZZETTI, José y GUTIÉRREZ CORTINAS, Eduardo (1965). Historia del deporte en el Uruguay (1830-1900). Montevideo: Ed. De los autores.
  • CASTELLANOS, Alfredo (2011). La Cisplatina, la Independencia y la República caudillesca. Historia Uruguaya. Tomo 5. Montevideo: Banda Oriental.
  • DE MARÍA, Isidoro (1957). Montevideo Antiguo. Tomo II. Montevideo: Biblioteca Artigas.
  • DUFFAU, Nicolás y POLLERO, Raquel (2016). Población y sociedad. En: G. Caetano (Dir.) y A. Frega (Coord.), Revolución, Independencia y construcción del Estado (pp. 175-221). Montevideo: Planeta.
  • GOMENSORO, Arnaldo (2015). Historia del Deporte, la Recreación y la Educación Física en Uruguay. Crónicas y relatos. Montevideo: IUACJ.
  • VITALE PARRA, Angélica (1996). Los italianos en la vitivinicultura: rasgos y transformaciones de una identidad (tesis de grado). Universidad de la República – Facultad de Ciencias Sociales, Montevideo, Uruguay.

Imran Khan: Do Críquete à Política (e Prisão, duas vezes)

29/08/2023

por Maurício Drumond

No início do mês de agosto, Imran Khann, ídolo do críquete paquistanês, voltou às manchetes dos jornais. O ex-primeiro-ministro foi preso no dia 5, após ser condenado a três anos de prisão por corrupção. Em um caso não muito estranho para nós, o político foi considerado culpado por vender ilegalmente presentes recebidos durante visitas ao exterior enquanto estava no poder, entre 2018 e 2022. Ele ainda perdeu seus direitos políticos pelos próximos 5 anos.

Essa não foi a primeira vez que Khan foi preso por suas atividades políticas. Ele já havia sido preso por acusações de corrupção em maio, mas foi solto sob fiança alguns dias depois pela suprema corte do Paquistão. Na ocasião, a prisão foi motivada por desavenças de Khan com altos membros do exército, a quem acusava de terem articulado um atentado a sua vida.

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Mas estou me adiantando. Quem é Imran Khan, e qual foi o papel do esporte em sua jornada política?

Imran Khan começou sua carreira no críquete na escola inglesa Royal Grammar School of Worcester. Ainda antes dos vinte anos, estreou na seleção do Paquistão. Entre 1972 e 1975, cursou Política, Economia e Filosofia na Kebble College, em Oxford, conciliando os estudos com críquete internacional. Ele se formou aos 23 anos e retornou ao Paquistão, onde continuou sua carreira no esporte.

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Em 1978, aos 26 anos, Khan já era considerado um dos melhores lançadores do mundo. No início dos anos 80, no auge de sua carreira, ele assumiu o cargo de capitão da seleção paquistanesa e chegou ao estrelato. Após abandonar a carreira em 1987, ele foi convencido a retornar aos gramados após um pedido do então presidente do país, o general Zia-Ul-Haq. Ainda que já estivesse longe de seu auge desportivo, Imran Khan foi o capitão da equipe paquistanesa campeã da Copa do Mundo de críquete de 1992, aos 39 anos, tendo feito o ponto do título contra a Inglaterra. Ao final, Khan faz um discurso e se torna a face da equipe campeã do mundo. Logo em seguida, o atleta se aposenta em definitivo dos campos, já como a maior celebridade do esporte.

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Dois anos depois, o carismático Khan eleva ainda mais seu capital político, ao fundar um hospital e centro de pesquisa sobre o câncer. Sua base de apoio político crescia no país, especialmente entre os jovens, em larga medida desiludidos com os caminhos políticos e ligados ao astro do esporte.

Em 1996, Imran Khan cria o partido PTI (Pakistan Tehreek-e-Insaaf, ou Movimento Paquistanês pela Justiça), de oposição ao governo militar. Apesar da personalidade popular de Khan, o sucesso inicial do PTI foi limitado. O partido não conseguiu ganhar um único assento nas eleições gerais de 1997, e apenas Khan foi eleito para o Parlamento em 2002. Sua proeminência como astro do esporte mais popular do país não era suficiente para sustentar um partido. Ainda assim, Khan e o PTI se mantiveram na oposição, o que gradualmente trouxe maior apoio popular.

O primeiro grande resultado do partido de Khan veio nas eleições gerais de 2013, quando conseguiu a terceira maior bancada do Parlamento. Cada vez mais, o carismático Imran Khan consolidava sua imagem de líder da oposição, mobilizando multidões em comícios e se tornando a voz das insatisfações populares, acusando o partido governista de ter fraudado as urnas. Nas eleições seguintes, em 2018, o PTI recebeu quantidade recorde de voto e através de um governo de coalizão, Khan foi eleito Primeiro-Ministro do país.

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Durante seu governo, Imran Khan foi gradualmente se afastando dos militares e dos Estados Unidos, grupos que agora culpa por seus problemas com a Justiça paquistanesa. Em abril de 2022, Khan foi retirado do governo após perder uma moção de desconfiança.

Sem o apoio dos militares, fundamental para qualquer político permanecer no poder no Paquistão, Khan então se voltou para a mobilização popular. As multidões de apoio a Khan já se enfrentaram com as forças policiais e militares paquistanesas por diversas vezes, sendo os conflitos de maio deste ano, após a primeira prisão do político, os de maior intensidade. Não é à toa que, ao ser preso no início deste mês, Khan teria pedido a seus apoiadores que se manifestasse pacificamente por seus direitos.

A prisão de Imran Khan deve ser vista então dentro deste prisma. O PTI ainda aguarda o julgamento de seus recursos, enquanto Khan aguarda no presídio. A estrela do críquete chegou ao mais alto cargo do governo do país. Mas é importante lembrar que desde sua independência em 1947, o Paquistão passou mais de três décadas governado pelos militares e foi palco de diversos golpes de Estado. Khan e seus apoiadores continuam ativos e o jogo ainda não acabou, mas no campo da política, o atleta ainda não parece estar no caminho da vitória.

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“Não há talvez na Europa uma cidade que tão bem se preste a este ramo do ‘sport’ como Porto Alegre”:  pesca e “civilização” na capital dos gaúchos

20/06/2023

por Cleber Eduardo Karls

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É sempre bom lembrar coisas passadas
Rever os lampiões, os ancestrais
Singrando o Guaíba apareceram
Os velhos fundadores coloniais

(Porto dos Casais – Elis Regina)

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Águas calmas e margens esplêndidas, cobertas de mato para fornecer a sombra e certo conforto, temos e do melhor.

(Jornal do Comércio, 26/01/1906, p.2)

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Herrmann Wendroth: Porto Alegre, vista dos altos da Santa Casa em direção ao sul, c. 1852

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Uma das maiores marcas da paisagem da capital do Rio Grande do Sul são as águas do Rio Guaíba (ou seria um lago?). Historicamente, o Guaíba foi fundamental para a fundação e desenvolvimento de Porto Alegre, já que se localiza entre o delta do Rio Jacuí e a Lagoa dos Patos, ou seja, via de ligação do interior do Rio Grande do Sul com o Oceano Atlântico. Foi através dos seus ancoradouros que desembarcaram boa parte daqueles que contribuíram das mais diversas formas para a formatação da cidade e da região.

Quando tratamos do desenvolvimento esportivo e da indústria do entretenimento no decorrer do fim do século XIX e início do XX, esse destaque é ainda maior. É através do caminho da Lagoa dos Patos que aportavam as embarcações que traziam consigo circos, toureiros, artistas, cavalos e novidades diversas oriundas de distintos locais do Brasil e do exterior, especialmente, do Rio da Prata. Era comum novidades da diversão aportarem primeiro no antigo Porto dos Casais para posteriormente seguirem viagem em direção ao Rio de Janeiro, capital do Império e da República[1] do Brasil.

Todo esse complexo de águas era ambiente fecundo para o desenvolvimento esportivo e do entretenimento. Clubes de regatas, caçadas, festividades, tinham no conjunto hidrográfico que forma o Guaíba o grande palco. Nesse contexto de Belle Époque, Porto Alegre crescia, se desenvolvia, buscava se modernizar ao estilo do Velho Mundo, que tinha como referência de civilização a ser atingida. Com isso, uma atividade profícua a esses objetivos não passou desapercebida ao atento olhar da imprensa da época, engajada em transformar Porto Alegre em uma cidade aos moldes europeus: a pesca, vista como uma prática de desenvolvimento social.

A imprensa local apontava a pesca como uma próspera atividade que angariava cada vez mais praticantes. Os seus benefícios eram inúmeros, inclusive para a saúde, um valoroso legitimador, como apontou a Gazeta do Comércio de 18 de novembro de 1903: “Lavra muito entusiasmo entre alguns amantes deste exercício, que oferece os mais apreciáveis momentos de distração, concorrendo também para a conservação da saúde”. O periódico ainda atestava que, para além da salubridade, “era de bom tom, do mundo elegante” praticar a pesca, já que esse era um dos mais apreciados ‘sports’ na Europa.

A vinculação da atividade de pesca, que era muito popular nos países tidos como “desenvolvidos” e “civilizados”, de acordo com a imprensa, encontrava local fecundo para o seu desenvolvimento em Porto Alegre devido às suas características naturais. É o que apontou o Jornal do Comércio de 26 de janeiro de 1906 ao declarar que a pesca “à linha” poderia ser perfeitamente cultivada, “à imitação do que se faz nos Estados Unidos e na Europa”, já que “temos vários e magníficos rios, cada qual mais abundante de peixe de diferentes classes”. O entusiasmo e a comparação se tornaram tão enfáticos que o jornal chegou a atestar que “não há talvez na Europa uma cidade que tão bem se preste a esse ramo de ‘sport’ como Porto Alegre”. Por fim, em mais uma demonstração de militância eurocêntrica, o periodista sublinha: “só nos resta felicitar aqueles que se entregam a esse agradável exercício tão natural e tão estimado nos centros de civilização”.

Porto Alegre, a capital mais meridional do Brasil, fronteiriça e fortemente influenciada pela América Espanhola, tem as suas peculiaridades históricas e de formação social e cultural. Alguns desses aspectos já foram tratados em várias outras oportunidades nesse mesmo canal. Se essas são marcas da História regional, também é possível afirmar que, indubitavelmente, inúmeras outras variáveis foram responsáveis por talhar essa urbe. Dentre elas, está o processo de modernização, que também influenciava boa parte do mundo ocidental que se espelhava nas práticas do Velho Continente e transformava uma improvável atividade, a pesca, em modernizadora. À sua maneira, Porto Alegre recebia essas ideias e as reproduzia. Já que a pesca era um importante requisito, pelo menos na visão de alguns, a cidade com “águas calmas e margens esplêndidas, cobertas de mato para fornecer a sombra e certo conforto”, crescia, se “civilizava” e se enquadrava no modelo das grandes metrópoles mundiais. Afinal, “nesta capital está se desenvolvendo o gosto pelo exercício da pesca” (JORNAL DO COMÉRCIO, 26/01/1906, p. 3).

[1] Para mais informações sobre o desenvolvimento do campo esportivo em Porto Alegre, consultar: KARLS, Cleber Eduardo. Modernidades sortidas: o esporte oitocentista em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Disponível em: https://ppghc.historia.ufrj.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=176-modernidades-sortidas-o-esporte-oitocentista-em-porto-alegre-e-no-rio-de-janeiro&category_slug=teses&Itemid=155


Aportes de las inmigraciones europeas del siglo XIX al desarrollo deportivo en Uruguay (I): una visión panorámica

03/04/2023

por Gastón Laborido (gaston_laborido1@hotmail.com)

La inmigración en el Uruguay del siglo XIX

Entre 1825 y 1830 se generaron acontecimientos que dieron como resultado la formación del Estado Oriental independiente. Los sucesos transcurren desde la formación de un Gobierno Provisorio en Florida y que tendrá como episodio relevante la Convención Preliminar de Paz, celebrada en 1828 entre delegados del Imperio del Brasil, de las Provincias Unidas y de Inglaterra, bajo la mediación del Lord John Ponsonby. Los resultados de esta Convención fueron ratificados el 4 de octubre de 1828.

La situación del naciente Estado Oriental era crítica, luego de varios años de revolución y lucha por la independencia (1810-1830). Presentaba un atraso económico caracterizado por la monoproducción ganadera con un sistema de explotación arcaica. A esto, le sucedió la Guerra Grande (1839-1852), que involucró las tendencias políticas del Uruguay y la Confederación Argentina (blancos y colorados: federales y unitarios), el Imperio del Brasil y las potencias industriales en expansión como Inglaterra y Francia. Luego de la Guerra Grande, es que se roturaron tierras. En cuanto al sistema de propiedad, en el medio rural predominó, hasta el día de hoy, el latifundio. En consecuencia, surge un antagonismo entre el campo y la ciudad como núcleos opuestos.

En los primeros años de vida independiente del país la población y su densidad eran escasas. Los historiadores estiman que en 1830 había 74.000 habitantes, de los cuales 14.000 estaban en Montevideo (20%) y 60.000 (80%) en los veinticuatro poblados entonces existentes en el resto del país (Castellanos, A., 2011). Por otro lado, la densidad de población era de 0,4 habitantes por km2.

Esa problemática se fue superando paulatinamente en la segunda parte del siglo XIX, producto de transformaciones decisivas que comenzaron durante el período 1830-1860, en el cual la población se duplicó como resultado de la llegada de miles de inmigrantes, destacándose los de origen europeo. El grueso de los inmigrantes llegó desde Europa y desde diferentes regiones del área cultural latina: canarios, vascos, gallegos, catalanes, piamonteses, calabreses, sicilianos, bearneses y bretones. También llegaron ingleses, escoceses, irlandeses, suizos, alemanes, austrohúngaros, eslavos. Desde el sur del Brasil se trasladaron también nuevos pobladores, en una invasión pacífica que caracterizó la presencia lusitana en el país.

La población de Europa en el siglo XIX tuvo una expansión notoria. No se trato tanto de una tasa de natalidad más elevada sino de un abatimiento de los índices de mortalidad, debido a mejoras sanitarias y alimenticias además de una sostenida natalidad rural. Esta «revolución demográfica» llevó a una escasez de espacios libres. Las olas migratorias consecuencia principalmente del crecimiento acelerado de la población se vieron estimuladas también por diversos factores generales; la expansión industrial y comercial, la presión demográfica, las perturbaciones agrícolas derivadas de las cosechas, la disminución de industrias artesanales y del número de trabajadores domiciliarios, el aumento de los mercados para las materias primas de ultramar, los progresos en la navegación favorecieron los desplazamientos transoceánicos. En el caso de la Banda Oriental y, por ende particularmente de Montevideo, no existía una significativa presencia indígena poseedora de una poderosa cultura y el proceso de afincamiento de los inmigrantes se simplificó. En los hechos se importó la cultura ibérica con los primeros pobladores. Esto sería la base ante los diferentes aportes provenientes del torrente inmigratorio. (Luzuriaga, J.C., 2010, p. 1004)

Dentro de los flujos migratorios se puede distinguir varias oleadas. De acuerdo al historiador uruguayo Oscar Mourat (citado en N. Duffau y R. Pollero, 2016), la primera de ellas comprende el período 1830-1850 aproximadamente, en el cual, se movilizó entre 40.000 y 45.000 inmigrantes aproximadamente. Hacia 1835 arribaron canarios, vascongados, navarros y gallegos, pero a partir de 1837 en su mayoría los inmigrantes eran de origen francés. La inmigración francesa así como la italiana se acentuó a partir de 1838, con el bloqueo marítimo a Buenos Aires (N. Duffau y R. Pollero, 2016).

Hacia 1840 (a comienzos de la Guerra Grande) la población del país fue estimada en 140.000 habitantes, de los cuales cerca de 40.000 en Montevideo (Barrán, J.P., 2011). Como señalan N. Duffau y R Pollero (2016) “Los inmigrantes llegaban como recurso para solucionar el grave problema de la reducción de oferta de mano de obra a la que se enfrentaba el nuevo Estado (…)” (p. 216).

Al finalizar la Guerra Grande en 1852, las consecuencias fueron perjudiciales para el desarrollo económico y social del país. El gobierno del presidente Juan Francisco Giró en 1852 resolvió hacer el Primer Censo Nacional, en el cual se constató que la población había descendido a 132.000 y la de Montevideo a 34.000. La población descendió producto de la Guerra, de la huida de orientales a regiones fronterizas y también porque una porción grande de los inmigrantes europeos emigraron. Esto acentuó la escases de mano de obra y dificultó la recuperación ganadera y saladeril.

De esta manera, finalizada la Guerra Grande comenzaba la segunda oleada de inmigración, que ocurrió entre 1850 y 1860, involucrando a unas 70.000 – 75.000 personas, esta vez con mayoría de italianos, seguidos por españoles, que conformaron el grueso aporte europeo. Estos grupos se establecieron mayormente en la capital y sobre todo los italianos y canarios se abocaron al trabajo de chacra.

(…) El largo período bélico habría tenido su costo en vidas y en pérdida de hábitos de trabajo de algunos sectores de la población; a ello se sumaba, como lo señalamos oportunamente, la disminución de la mano de obra esclava con la prohibición del tráfico y finalmente la abolición de la esclavitud. Las autoridades decidieron fomentar la inmigración europea, aceptando propuestas de colonización presentadas por contratistas privados. Los introductores estaban autorizados por el Estado a costear el pasaje y contratar a inmigrantes europeos pobres, quienes venían al país a realizar un trabajo remunerado que no siempre colmaba sus expectativas, que se generaron vínculos de dependencia muy estrechos y situaciones que rozaban la explotación. (N. Duffau y R. Pollero, 2016, p. 216).

La institución que impulsó el fomento y la protección de los inmigrantes, fue creada a fines de 1865, “(…) e inició una activa propaganda en puertos y ciudades mediterráneas para atraer trabajadores (…)” (N. Duffau y R. Pollero, 2016, p. 217). En esa década, se estableció una colonia agrícola suiza y hacia 1870 se consolidó colonia valdense. También arribaron inmigrantes muy pobres del sur de Italia, configurando la oleada mayoritaria en relación a los otros contingentes inmigratorios.

Un tercer momento clave dentro del proceso de inmigraciones europeas al Uruguay en el siglo XIX, corresponde al período posterior a 1880, en el cual los inmigrantes se radicaron mayoritariamente en el medio urbano y particularmente en la capital del país. Para esa época se estima que el Uruguay tenía una población de 700.000 habitantes, de los cuales casi la mitad eran extranjeros. Aquí llegaron nuevamente italianos del sur, que trabajaron en tareas de agricultura en las periferias de la capital, mientras que otros se convirtieron en artesanos o en trabajadores urbanos. También en esos años, ingresaron al país franceses y españoles (que se desempeñaron mayormente en tareas de servicios).

El deporte en las colectividades extranjeras

La llegada de inmigrantes europeos entre 1830 y 1850, provocó cambios importantes para el Uruguay en diferentes esferas. Por un lado, creció el tráfico marítimo en el puerto de Montevideo y el comercio exterior se acentuó. En este sentido, el aporte de los inmigrantes europeos fue fundamental para el desarrollo económico del país. Por otro lado, la afluencia creciente de inmigrantes y la formación de las colectividades extranjeras fueron muy importantes para el desarrollo deportivo en el Uruguay, aunque aquellas primeras manifestaciones se caracterizaban por su vaguedad e imprecisión. Fue un fenómeno esencialmente urbano y se destacaron en el período las colectividades inglesa, francesa, suiza, española e italiana. Las primeras manifestaciones se dieron  alrededor de la pelota de mano y el cricket.

El deporte en este período se reduce al interior de las colonias de extranjeros residentes en Montevideo y en algunas localidades del interior donde iba llegando el ferrocarril y se radicaban empresas de estos forasteros. Este proceso consistió esencialmente en la fundación de clubes deportivos. Éstos, de carácter eminentemente democráticos –a imagen y semejanza de sus originarios de Inglaterra- fueron dirigidos en este período por los propios deportistas (…) (Gomensoro, A., 2015, p. 10)

En ese sentido, de acuerdo a J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) “cada sector extranjero conservó fielmente su modalidad deportiva, sin mezclarse entre ellos, sin intervención de los criollos” (p. 20). Con el correr del tiempo, se fueron acercando progresivamente algunos integrantes del patriciado oriental. En consecuencia, en esta etapa inicial, los clubes y sociedades deportivas que fundaron los inmigrantes se caracterizaron por ser totalmente independientes del Estado, que permaneció ajeno a este nuevo fenómeno social.

En el Uruguay, la práctica de los deportes modernos surgió naturalmente en la colectividad británica. El deporte llegó a Montevideo en el siglo XIX, cuando los ingleses lo introdujeron en el Río de la Plata y en otras partes del mundo, de la mano del ferrocarril, intercambios con la marinería y de la acción de los colegios ingleses. Como señala J. C. Luzuriaga (2009), su difusión en la sociedad uruguaya siguió la misma lógica que en Gran Bretaña y en otros países, pasando de las elites al resto de la población en forma de cascada. De esta manera, los ingleses practicaron diversos deportes en Montevideo, destacándose el cricket, remo, rugby, fútbol, atletismo, natación, waterpolo.

Los italianos jugaban a las bochas, esgrima y el pallone. El pallone era un juego o deporte romano, era como un juego de pelota ante un frontón y después fue en un campo abierto. Se practicó con equipos de 4 jugadores portando un bate (similar al cricket).

Los vascos jugaban a la pelota de mano. Algunos consideran que los partidos de pelota vasca, fueron una de las primeras manifestaciones deportivas en el país y en América, que movilizó a mucha gente. En el Uruguay, la primera modalidad de juego de pelota fue sin pared, hacia 1830; más tarde adoptó la pala y cesta.

Los franceses introdujeron la gimnasia, los suizos el tiro federal, los ingleses el cricket, rugby y fútbol.

Por otra parte, la presencia de extranjeros determinó también la enseñanza de deportes. Los italianos y franceses practicaban y competían en esgrima y gimnasia. En consecuencia, aparecieron los “maestros de gimnasia, tiro y esgrima”.

El surgimiento de los clubes deportivos y su matriz británica

Entre 1830 y 1855 se encuentran las bases del desarrollo deportivo en el Uruguay. Lo más importante en este período, fue la fundación del primer club: el Victoria Cricket Club, fundando por los ingleses, que llevaban el espíritu del deporte, en octubre de 1842. La institución tuvo entre sus concurrentes asociados a la zona de su creación, Pueblo Victoria (próximo al Paso Molino), próximo al saladero del inglés Samuel Lafone, quien fue uno de los impulsores del club. El nombre fue en honor a la reina de Inglaterra, aunque algunas versiones plantean que se debe a la localidad donde realizaban la actividad.

Los concurrentes realizaban todos los jueves los “Días de Sport” a través de prácticas y partidos de Cricket, deporte más popular en Inglaterra en esa época. Allí estuvo el primer campo de deportes del Uruguay, por esto es que se considera que fueron los ingleses quienes introdujeron el deporte en el Uruguay. Mientras tanto, en Argentina, comienza un proceso similar al Uruguay, caracterizado por la fundación inglesa de clubes a lo largo del siglo XIX.

El club tuvo una breve historia, ya que desapareció como consecuencia del sitio a Montevideo establecido por las fuerzas del Partido Blanco (con apoyo argentino) encabezadas por el Brigadier Oribe y que se prolongó durante toda la Guerra Grande, hasta 1851. Esto implicó, que los ingleses no pudieran salir más de los muros de la ciudad.

Referencias:

  • BARRÁN, José Pedro (2011). Apogeo y crisis del Uruguay pastoril y caudillesco. 1839-1875. Historia Uruguaya. Tomo 6. Montevideo: Banda Oriental.
  • BUZZETTI, José y GUTIÉRREZ CORTINAS, Eduardo (1965). Historia del deporte en el Uruguay (1830-1900). Montevideo: Ed. De los autores.
  • CASTELLANOS, Alfredo (2011). La Cisplatina, la Independencia y la República caudillesca. Historia Uruguaya. Tomo 5. Montevideo: Banda Oriental.
  • DUFFAU, Nicolás y POLLERO, Raquel (2016). Población y sociedad. En: G. Caetano (Dir.) y A. Frega (Coord.), Revolución, Independencia y construcción del Estado (pp. 175-221). Montevideo: Planeta.
  • GOMENSORO, Arnaldo (2015). Historia del Deporte, la Recreación y la Educación Física en Uruguay. Crónicas y relatos. Montevideo: IUACJ.
  • LABORIDO, Gastón (2018). Origen de las actividades físicas, recreativas y deportivas en Montevideo. En: NEXO Sport (n° 429), dic. 2018, Montevideo (pp. 20-23).
  • LUZURIAGA, Juan Carlos (2009). El football del novecientos. Orígenes y desarrollo del fútbol en el Uruguay (1875-1915). Montevideo: Santillana.
  • LUZURIAGA, Juan Carlos (2010). Los procesos inmigratorios en el Uruguay del Siglo XIX: visión de conjunto. XIV Encuentro de Latinoamericanistas Españoles: congreso internacional, set. 2010, Santiago de Compostela, España, pp. 1002-1018.
  • PI HUGARTE, Renzo y VIDART, Daniel (1969). El legado de los inmigrantes (II). Montevideo: Nuestra Tierra.
  • REISCH, Matilde (2012). Movimiento clubista y desarrollo deportivo en el Uruguay. En: Cuadernos de Historia 8, Montevideo: Biblioteca Nacional (pp. 19-33).

Para Fernando…

10/02/2023

Fernando

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“A Desalambrar

Daniel Viglietti

 

Yo pregunto a los presentes

Si no se han puesto a pensar

Que esta tierra es de nosotros

Y no del que tenga más

 

Yo pregunto si en la tierra

Nunca habrá pensado usted

Que si las manos son nuestras

Es nuestro lo que nos den

 

A desalambrar, a desalambrar

Que la tierra es nuestra, es tuya y de aquel

De Pedro y María, de Juan y José”

 

—xxx—

Tudo passa rápido, e de repente tudo é história…

Há muito tempo atrás, ainda estava fazendo meu mestrado, não sei bem como, caiu em minhas mãos um boletim dedicado a discutir “ocio, recreación y tiempo libre” produzido por uns colegas colombianos. Naqueles tempos anteriores à internet, escrevi uma carta ao editor a fim de me apresentar e manifestar o desejo de manter contato.

Meses depois, recebo a resposta e um pacote com todos os números do boletim. A troca foi intensa e generosa, mas ao fim, não conseguimos manter o contato. Tudo era mais difícil naqueles tempos.

Anos depois, fui a Bogotá, convidado por Esperanza e Carlos Osorio para fazer uma conferência sobre lazer. Ao final de minha fala, chegou até mim um colega e se apresentou: “Olá, sou Victor Molina, mantivemos contato por carta há alguns anos atrás”.

Aquela trama do destino me encantou e de pronto conversamos muito. Meses depois, ele me convidou para uma conferência em Medellin. Quem me buscou no aeroporto foram dois outros colegas, Saul Franco, com seu carro apelidado de “El Gran Colorado”, e José Fernando Tabares. Não podia imaginar que dali sairiam milhões de projetos e uma amizade preciosa. Para ser sincero, comecei a desconfiar pela noite, quando rimos muito, conversamos muito, compartilhamos muitas ideias e tomamos muitas cervejas, muitas “Club Colômbia”. Parecia que nos conhecíamos há décadas!

Havia um fermento forte a nos unir: a ideia de que precisamos combater os privilégios para construir um mundo mais justo e menos desigual; e isso passava por uma América Latina livre, soberana e fraterna.

Não era um sonho original. É um sonho de gerações. Mas só se propaga porque há elos da corrente. E assim nos pensando, como elos da corrente, fizemos muitas coisas juntos, muitos projetos, sonhamos e realizamos juntos, e nos divertimos, confraternizamos. Muita gente mais se envolveu nessa história que começa com uma ocasionalidade do destino.

Hoje, recebi a notícia da morte de Fernando. Fazia tempo que não nos víamos e nem nos falávamos. Coisas da vida. As lágrimas não cabem no meu peito, não param de brotar dos meus olhos. Lágrimas de tristeza, sim, mas também de felicidade por tudo que vivemos juntos. Tive o privilégio de desfrutar do companheirismo e das reflexões de um dos líderes dos debates sobre o lazer na Colômbia e na América Latina. Tive o privilégio de compartilhar momentos lindos com esse cara bem-humorado, amoroso, terno, mas também duro no debate e firme nas reflexões. Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás…

Irmão querido, descansa em paz. Obrigado por tudo. Sua missão foi cumprida. Nós seguiremos na missão até o dia de nos reencontrarmos em outro plano. Até lá, saiba que você permanecerá em nossas lembranças e corações.

Victor Melo


Novo título – “Pequeno, mas de grandes iniciativas”: o Vila Isabel Futebol Clube

09/01/2023

Estimados e estimadas

Com alegria, comunicamos o lançamento de mais um título da coleção “História do Esporte: olhares e experiências”: “PEQUENO, MAS DE GRANDES INICIATIVAS”: O VILA ISABEL FUTEBOL CLUBE (1910-1941). De autoria de Bruno Adriano Silva e Victor Melo, o intuito do livro é, ao discutir a trajetória da agremiação, dedicar atenção a sua participação no delineamento de um perfil para o bairro no qual se encontrava, perceber como suas ações se imbricavam com o entorno de sua sede.

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* “Pequeno, mas de grandes iniciativas”: o Vila Isabel Futebol Clube

Bruno Adriano Rodrigues da Silva

Victor Andrade de Melo

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Vila.Isabel.EBOOK.2022.CORRETO

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https://www.yumpu.com/es/document/view/67466257/vilaisabelebook2022correto

Outros títulos da coleção disponíveis são:

* Quando a Lagoa era subúrbio: os clubes náuticos, a produção do espaço e o processo de gentrificação

Victor Andrade de Melo

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https://historiadoesporte.wordpress.com/2022/02/23/quando-a-lagoa-era-suburbio-os-clubes-nauticos-a-producao-do-espaco-e-o-processo-de-gentrificacao-novo-titulo/

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https://www.yumpu.com/pt/document/view/67466349/suburbiolagoageralmaterialebook

* Um bairro, um esporte, uma agremiação: o Tijuca Tênis Clube (1915-1931)

Bruno Adriano Rodrigues da Silva

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https://historiadoesporte.wordpress.com/2021/09/27/um-bairro-um-esporte-uma-agremiacao-o-tijuca-tenis-clube-1915-1931-novo-titulo/

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https://www.yumpu.com/pt/document/view/67466358/tijucatenisclub2021ebook

* A Barra da Tijuca, os Clubes Recreativos e o Processo de Urbanização

Victor Andrade de Melo e João M. C. Malaia dos Santos

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https://historiadoesporte.wordpress.com/2021/08/08/um-olhar-sobre-as-revistas-abrahao-barra-da-tijuca-colecao-historia-do-esporte-olhares-e-experiencias/

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https://www.yumpu.com/pt/document/view/67466365/suburbiobarraclubesgeral2021ebook

* “Braço é Braço”: o Sportsman Abrahão Saliture

Victor Andrade de Melo

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https://historiadoesporte.wordpress.com/2021/08/08/um-olhar-sobre-as-revistas-abrahao-barra-da-tijuca-colecao-historia-do-esporte-olhares-e-experiencias/

– Versão ePaper

https://www.yumpu.com/pt/document/view/67466367/abrahaosalitureebook2021

Outros títulos disponíveis:

*  A Vida Sportiva de Nichteroy

Victor Andrade de Melo

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https://historiadoesporte.wordpress.com/?s=Nictheroy

* Rio Esportivo

Victor Andrade de Melo

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https://historiadoesporte.wordpress.com/?s=rio+esportivo

* Primórdios do Esporte no Brasil- Rio de Janeiro

Victor Andrade de Melo

Fabio de Faria Peres

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https://historiadoesporte.wordpress.com/2021/06/26/mais-um-livro-disponivel-primordios-do-esporte-no-brasil-rio-de-janeiro/

* Esporte Movimento – Tesouros do Esporte: História em Movimento

Victor Andrade de Melo

– Versão PDF

https://historiadoesporte.wordpress.com/2021/06/19/exposicao-esporte-movimento-tesouros-do-esporte-historia-em-movimento-catalogo-para-download/

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Los aportes ingleses al desarrollo deportivo montevideano en el siglo XIX

19/12/2022

por Gastón Laborido (gaston_laborido1@hotmail.com)

 

Inglaterra: “cuna” del Deporte Moderno

Como señala R. Velázquez Buendía (2001), lo que hoy se conoce como deporte surgió mediante un proceso de transformación de juegos y pasatiempos tradicionales iniciado por las elites sociales y en el que tuvieron un papel clave las “publics schools” y los “clubs” ingleses. Por lo tanto, el deporte moderno como institución y fenómeno de las actuales sociedades es producto de una ruptura histórica, nació en Inglaterra, cuna de la Revolución Industrial y espacio clásico del modo de producción capitalista, a fines del siglo XVIII y en los albores del XIX, y adquiere una enorme complejidad social y cultural a partir de la segunda mitad del siglo XIX. La revolución industrial estableció la diferencia entre tiempo de trabajo y tiempo de ocio, en cual el deporte pasó a ocupar un lugar significativo.

A su vez, el deporte como institución social propia de las sociedades industriales, tiene una compleja organización, cargado de instituciones, parámetros organizativos, multiplicidad de roles nítidos y sin significación religiosa. En consecuencia, el deporte moderno posee características diferenciales que se originan en las circunstancias sociales y ambientales creadas por el desarrollo de la civilización industrial durante el siglo XIX. Posteriormente, fábricas y deportes se exportaron a prácticamente todo el resto del mundo, creando una nueva etapa de la que el deporte es parte substancial de este fenómeno. 

El deporte moderno es propio de Inglaterra y se caracteriza por: una actividad física e intelectual humana; de naturaleza lúdico/competitiva; institucionalizada que permite el reconocimiento, el control, el desarrollo y la implantación de reglamentos; regidas por reglas que definen las características de la actividad y de su desarrollo; con parámetros organizativos; multiplicidad de roles nítidos y sin significación religiosa. 

Una de las instituciones fundamentales del deporte moderno es el club. El club, entendido como asociación de individuos que se agrupan por tener los mismos intereses nace en Inglaterra antes del siglo XIX. Los primeros clubes deportivos que surgieron fueron fundados con carácter restrictivo por los aristócratas ingleses: el Royal and Ancient Golf Club en 1754 y el Marylebone Cricket Club en 1787. 

La consolidación del deporte moderno es un fenómeno paralelo a la consolidación del imperialismo del siglo XIX. El imperio británico exportó sus prácticas deportivas a los cinco continentes, junto con sus mercancías. De esta manera, se difundió la cultura británica y el fenómeno deportivo, teniendo en algunos territorios mayor receptividad que en otros.

 

Movimiento clubista en Montevideo y desarrollo de los Sports

La presencia inglesa en el Río de la Plata se remonta a la época colonial y se intensificó a partir del momento en el cual se profundizaron los cambios del proceso de la Revolución Industrial en aquel país a mediados del siglo XVIII.

Uno de los episodios en los cuales se evidencia la presencia inglesa en el Rio de la Plata, ocurrió entre 1825 y 1830. Allí se generaron acontecimientos que dieron como resultado la formación del Estado Oriental independiente. Los sucesos transcurren desde la formación de un Gobierno Provisorio en Florida y que tendrá como episodio relevante la Convención Preliminar de Paz, celebrada en 1828 entre delegados del Imperio del Brasil, de las Provincias Unidas y de Inglaterra, bajo la mediación del Lord John Ponsonby. Los resultados de esta Convención fueron ratificados el 4 de octubre de 1828. Uno de los puntos de la Convención Preliminar de Paz, estableció que se debía instalar un Gobierno Provisorio y una Asamblea Legislativa Constituyente que tendría como tarea elaborar la primera Constitución del Uruguay, jurada el 18 de julio de 1830. Así, se inició el Estado Oriental del Uruguay como libre e independiente.

La situación del naciente Estado Oriental era crítica, luego de varios años de revolución y lucha por la independencia (1810-1830). Presentaba un atraso económico caracterizado por la monoproducción ganadera con un sistema de explotación arcaica. A esto, le sucedió la Guerra Grande (1839-1852), que involucró las tendencias políticas del Uruguay y la Confederación Argentina (blancos y colorados: federales y unitarios), el Imperio del Brasil y las potencias industriales en expansión como Inglaterra y Francia. Luego de la Guerra Grande, es que se roturaron tierras. En cuanto al sistema de propiedad, en el medio rural predominó, hasta el día de hoy, el latifundio. En consecuencia, surge un antagonismo entre el campo y la ciudad como núcleos opuestos.

En el Uruguay, la práctica de los deportes modernos surgió naturalmente en la colectividad británica. El deporte llegó a Montevideo en el siglo XIX, cuando los ingleses lo introdujeron en el Río de la Plata y en otras partes del mundo, de la mano del ferrocarril, intercambios con la marinería y de la acción de los colegios ingleses. Como señala J. C. Luzuriaga (2009), su difusión en la sociedad uruguaya siguió la misma lógica que en Gran Bretaña y en otros países, pasando de las elites al resto de la población en forma de cascada.

Entre 1830 y 1855 se encuentran las bases del desarrollo deportivo en el Uruguay. Lo más importante en este período, fue la fundación del primer club: el Victoria Cricket Club, fundando por los ingleses, que llevaban el espíritu del deporte, en octubre de 1842. La institución tuvo entre sus concurrentes asociados a la zona de su creación, Pueblo Victoria (próximo al Paso Molino), próximo al saladero del inglés Samuel Lafone, quien fue uno de los impulsores del club. El nombre fue en honor a la reina de Inglaterra, aunque algunas versiones plantean que se debe a la localidad donde realizaban la actividad. 

Los concurrentes realizaban todos los jueves los “Días de Sport” a través de prácticas y partidos de Cricket, deporte más popular en Inglaterra en esa época. Allí estuvo el primer campo de deportes del Uruguay, por esto es que se considera que fueron los ingleses quienes introdujeron el deporte en el Uruguay. Mientras tanto, en Argentina, comienza un proceso similar al Uruguay, caracterizado por la fundación inglesa de clubes a lo largo del siglo XIX.

El club tuvo una breve historia, ya que desapareció como consecuencia del sitio a Montevideo establecido por las fuerzas del Partido Blanco (con apoyo argentino) encabezadas por el Brigadier Oribe y que se prolongó durante toda la Guerra Grande, hasta 1851. Esto implicó, que los ingleses no pudieran salir más de los muros de la ciudad. 

 

El cricket

Si bien existió en nuestro país la experiencia del Victoria Cricket Club, entidad creada en 1842, hubo que esperar hasta la década del sesenta del siglo XIX para ver el surgimiento de los primeros clubes deportivos estables.

Diez años después de la paz del 8 de octubre de 1851 y de la mano de los residentes ingleses, influyentes hombres de negocios, comercio, actividades agropecuarias y de empresas como ferrocarriles, tranvías, aguas corrientes; se consolidará el deporte moderno e institucionalizado en Montevideo.

La fecha que da nacimiento al deporte continuado en el Uruguay, fue el 18 de julio de 1861, cuando en coincidencia con la fecha patria del 31 aniversario de la Jura de la primera Constitución del Uruguay, se fundó el Montevideo Cricket Club en una reunión celebrada en la Confitería Oriental (donde hoy está ubicado el Edificio Central del Banco República), sitio de reuniones de la alta sociedad y de hombres de empresa y negocios. Sus fundadores y primeros integrantes fueron ingleses, que provenían de diferentes áreas, entre ellos se destacan los pioneros del Victoria Cricket Club: J. Pickering, H. Hughes, R. Mac Lean. Junto a ellos participaron hombres vinculados al Banco de Londres y del Río de la Plata y Comercial (O`Neill y Lawry, Ruding y Fuller); a la francomasonería (Lumb, Towers, Fortes, Crane); al Templo Inglés (Hocquart y Adam); quien fuera el primer presidente del “English Club” en 1868 (Krabble); quienes fundarían posteriormente el Montevideo Rowing Club (Gigson, Miles, Stirling, Onslow); comerciantes británicos (Gowland y Oldman), quien construyera el Teatro Solís (Thomas Harver); entre otras personalidades británicas.  

El club tuvo entre sus socios representantes de todos los sectores de la colectividad británica. En 1863 se instala en Montevideo la sucursal del Banco de Londres, y sus funcionarios se asociaron al Montevideo Cricket Club. Como señala J. C. Luzuriaga (2009), dentro de sus miembros asociados, habían tres categorías: a- los de nacionalidad británica y sus hijos, agrupados por sus ocupaciones; b- los oficiales de las naves británicas de estación en el puerto de Montevideo; y c- los alumnos de los centros educativos británicos.

El objetivo deportivo inicial del club se encontraba en la práctica del cricket, basado en los reglamentos de 1774 y las posteriores modificaciones establecidas por el Marylebone Cricket Club de 1787 (fundando en Londres, uno de los clubes de cricket más antiguos y prestigiosos del mundo). El cricket como deporte, tiene sus antecedentes en juegos del siglo XVI, ya en el siglo XVIII gozaba de gran popularidad en las villas y ciudades inglesas.

En 1862 se registra la primera importación desde Inglaterra de material deportivo que conoce el Uruguay: bates y pelotas para la práctica del Cricket, directamente realizada por el Montevideo Cricket Club, estableciendo contactos con el Buenos Aires C. C. De acuerdo a J. Buzzetti y E. Gutierrez Cortinas (1965), citan una nota del diario “El Siglo” del año 1863, que señalaba: “los ingleses se divierten jugando al cricket en una quinta cercana a la Unión y los alemanes haciendo rodar el bolo, en el establecimiento titulado Au Cabanon Chez Pascal”. Para algunos autores, esta sería la primera crónica deportiva criolla.

 

El remo

El proceso económico uruguayo del último cuarto del siglo XIX implicó la fuerte presencia británica en la región. En este sentido, como indican J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas (1965) “en ese clima general, también se extendió el deporte. Y por primera vez se empieza a agitar el ambiente tras la fundación de un club deportivo de regatas, que tomó concreción dentro de la colectividad inglesa” (p. 40).

El 8 de mayo de 1874 surgió una nueva institución deportiva de residentes británicos, un club de remeros: el Montevideo Rowing Club. El contacto portuario y naviero inspiró a un grupo de residentes ingleses a la organización del club. Muchos de sus fundadores estaban ligados directamente a las tareas del puerto: eran dueños de barracas de importación (como Wilson o Elliot); o de muelles particulares (como los de Victoria y Colón); o los industriales relacionados con la reparación de barcos y varaderos (como Federico Humphereys); o simplemente residentes ingleses que ya habían practicado remo en el Támesis (como Fraser o Ludeke). Todos ellos dieron el impulso para fundar un club de remo, ya que los criollos se mostraban indiferentes a deportes como este, aún siendo un país con extensas costas marítimas y fluviales.

La fuerte presencia inglesa en el Río de la Plata supuso la implantación de los deportes modernos. Antes de la fundación del Montevideo Rowing Club, en Argentina el remo comenzó hacia 1857-1858 en la Recoleta. En 1873 apareció el Buenos Aires Rowing Club y tuvo su réplica en Montevideo.

El Montevideo Rowing Club fue fundado en el Hotel Central de Montevideo y según sus actas se reunió la Asamblea Preliminar constitutiva el 8 de mayo de 1874. Sus fundadores fueron 48 y se nombró como presidente de esa asamblea a Samuel Alejandro Lafone Quevedo, quien era hijo del inglés Samuel Fischer Lafone, importante dueño de saladeros de Montevideo. Samuel A. Lafone, al igual que su padre era una figura importante en las esferas económicas y sociales en el Río de la Plata, ligado estrechamente al capital británico. A su vez, Samuel A. Lafone tenía trayectoria en la práctica del remo, en 1870 tripuló el “Lala” que ganó la primera regata trascendente del remo argentino entre el Tigre y el muelle de Buenos Aires. 

 

El turf

La influencia británica se aprecia en el turf, por ejemplo, en las primeras carreras de caballos en Montevideo. En enero de 1855 se iniciaron las carreras extranjeras llamadas también inglesas en las inmediaciones del saladero de Legrís.

Arnaldo Gomensoro (2015) señala que las carreras “a la inglesa” tenían como escenario los hipódromos. El primero de ellos se construyó en Punta Carretas en 1861, donde hoy se ubica el centro comercial (shopping) de esa zona.

En la década del 70 del siglo XIX, más allá de la Plaza de Toros de la Unión funcionaba otro hipódromo inaugurado en 1867 para “Carreras Nacionales”, ubicado en las proximidades de Maroñas a impulso de la “Sociedad Hípica” presidida por el Gral. Francisco Caraballo. Como indica Aníbal Barrios Pintos (1971), hay registros de que en enero de 1872 corrían caballos de José Pedro Ramírez y del Gral. Caraballo y la prensa daba la cifra de $40.000 apostada a los caballos favoritos. 

En 1875 Tomas Tomkinson y un grupo de ingleses estableció un hipódromo en Maroñas con la denominación de “Carreras de los ingleses”, que rápidamente dio animación a la zona. Este hipódromo fue construido en 1874 por la comunidad inglesa. El nombre que recibió el escenario fue “Nuevo Circo Pueblo Ituzaingó”, pero era conocido como el “Circo de Maroñas” en referencia al antiguo propietario de las tierras donde se instaló y donde está emplazado actualmente. Esos terrenos pertenecieron a Juan Maroñas, un importante pulpero de la zona.

El nombre originario del Hipódromo está vinculado al lugar donde nació. Del 19 de octubre de 1874 datan los planos del Pueblo Ituzaingó realizados por Demetrio Isola. En el siglo XX se transformó en uno de los barrios de Montevideo. Originariamente las calles llevaban nombres tales como Victoria, 18 de Julio, Cerrito, Sociedad Hípica. El barrio se trazó en torno a una capilla que había mandado erigir el ciudadano José Pedro Ramírez alrededor de un cuarto de siglo antes, por 1850. Dicha capilla es hoy la iglesia parroquial de Santa Rita y además santuario nacional de dicha santa católica.

El 15 de noviembre de 1888 se fundó el “Jockey Club” de Montevideo. Este hecho fue fundamental en la historia del Hipódromo de Maroñas, debido a que poco tiempo después el escenario fue adquirido por el Jockey Club de Montevideo, organizando las primeras Carreras Nacionales. El hipódromo fue inaugurado oficialmente el domingo 3 de febrero de 1889 la institución inició sus actividades organizando su primera reunión hípica. La primera carrera contó con una numerosa concurrencia, con la asistencia del entonces presidente de la República, general Máximo Tajes, quien fue uno de los representantes de los poderes públicos, dirigentes y socios del “Jockey Club” y miembros de la sociedad montevideana. El club tuvo como primer Presidente a Pedro Piñeyrúa y como vicepresidente a José Pedro Ramírez; Horacio Areco su tesorero y Carlos Sánez de Zumarán como secretario. 

 

El fútbol

En Inglaterra la práctica del fútbol se inició en los colegios secundarios. La misma lógica se repitió en los colegios ingleses de todo el mundo y obviamente también en Uruguay.

En 1874 se creó en Montevideo The English High School y realizó el mismo tipo de enseñanza que la que desarrollaba en Buenos Aires su homónimo, bajo la dirección de Alexander Watson Hutton. Era basada en formación intelectual y cultura física, promoviendo la práctica de todos los deportes. Watson Hutton fue pionero en el desarrollo deportivo de la Argentina, en particular del fútbol, creando la “Argentina Foo-Ball Association League” en 1891 y definitivamente en 1893.

El English High School de Montevideo estuvo inicialmente a cargo de Henry Castle Ayre; y fundó en su colegio un espacio para el deporte: el Montevideo English High School Junior Cricket and Athletic Club. En 1885 llegó a Montevideo William Leslie Poole, quien era bachiller de Cambridge. Se desempeñó como profesor de inglés hasta 1920. Era un sportsman por excelencia, ya que incursionó en fútbol, remo, criquet y rugby y llevaba a sus alumnos a practicar esos deportes a Punta Carretas.

En 1885 se fundó The British School, que era dirigido por Thomas J. Ashe y también impulsó el deporte de acuerdo a los métodos pedagógicos de su país. Sus alumnos tuvieron activa participación en justas atléticas y en los primeros partidos de fútbol, ante el Albion y el CURCC. Ashe también fue figura de relieve actuando en el Montevideo Cricket Club y en el  Montevideo Rowing. 

La última década del siglo XIX inauguró una etapa de cambio en el deporte nacional: a-surgieron numerosos clubes; b- se registró el desarrollo intensivo del fútbol; c- iniciación del proceso de integración masiva del criollo en el deporte.

Desde el punto de vista deportivo, el período se caracterizó por la eclosión futbolística. “Esa eclosión del fútbol, terminará con el primer apogeo de cada uno de los deportes, condenándolos a pequeños círculos o a escasa aceptación popular” (J. Buzzetti y E. Gutiérrez Cortinas, 1965, p. 63).

Durante esos diez años de eclosión deportiva, se fundaron numerosos clubes: Albion, Central Uruguay Railway Cricket Club (luego llamado Peñarol), Nacional de Regatas, Nacional de Velocipedismo, Nacional de Fútbol y otros. Los repetidos apelativos de “Nacional” revelaban la intención de dejar establecido el criollismo de las agrupaciones.

Una figura clave del primer club específicamente de fútbol en Uruguay y que además tuvo un origen netamente uruguayo fue Henry Candid Lichtenberger Levins. Lichtenberger nació en 1873, era alumno del English School y discípulo de Poole. Tenía 18 años cuando en mayo de 1891 invitó a compañeros del Colegio a fundar un club de fútbol, denominado Football Association. La respuesta fue positiva y el 1° de junio de 1891 el club comenzó a funcionar con 23 miembros. La primera Comisión Directiva estuvo presidida por William Mac Lean, con H. A. Woodcock (secretario), H. C. Lichtenberger (tesorero), Andrews Clark (delegado); J. D. Woosey (capitán) y G. P. Swinden (vicecapitán).

El equipo adoptó una casaca blanca con una estrella roja en el pecho como primer distintivo cuando jugasen contra cualquier club o colegio. El primer estatuto daba cuenta que se trataba de un club uruguayo, donde se rechazaba la presencia de jugadores extranjeros, cualquiera fuese su origen. De acuerdo a J. Buzzetti y E. Guiterrez Cortinas, “no se trataba de negar su ascendencia inglesa, era simplemente el orgullo de sentirse orientales que los impulsaba a expresarse como tales deportivamente” (1965, p. 71).

 

 

Referencias:

  • BARRIOS PINTOS, Aníbal (1971). Los barrios (II). Montevideo: Nuestra Tierra.
  • BUZZETTI, José y GUTIÉRREZ CORTINAS, Eduardo (1965). Historia del deporte en el Uruguay (1830-1900). Montevideo: Ed. De los autores.
  • GOMENSORO, Arnaldo (2015). Historia del Deporte, la Recreación y la Educación Física en Uruguay. Crónicas y relatos. Montevideo: IUACJ.
  • LABORIDO, Gastón (2018). Origen de las actividades físicas, recreativas y deportivas en Montevideo. En: NEXO Sport (n° 429), dic. 2018, Montevideo (pp. 20-23). 
  • LABORIDO, Gastón (2019). Origen del fútbol en Montevideo y la construcción de su espacio en la prensa. En: Recorde; 12 (n° 1), jan./jul. 2019, Rio de Janeiro (pp. 1-18).
  • LUZURIAGA, Juan Carlos (2009). El football del novecientos. Orígenes y desarrollo del fútbol en el Uruguay (1875-1915). Montevideo: Santillana.
  • REISCH, Matilde (2012). Movimiento clubista y desarrollo deportivo en el Uruguay. En: Cuadernos de Historia 8, Montevideo: Biblioteca Nacional (pp. 19-33).
  • VELÁZQUEZ BUENDÍA, Roberto (2001). El deporte moderno. Consideraciones acerca de su génesis y de la evolución de su significado y funciones sociales. En: Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires, año 7, nº 36, mayo. Disponible en: http://www.efdeportes.com/efd36/deporte.htm

Vila Isabel Futebol Clube: em breve no ar!

28/11/2022

por Victor Andrade de Melo

Salve, povo querido!

Em plena Copa do Mundo, seguimos por aqui trabalhando para o lançamento do próximo livro da coleção “História do Esporte: olhares e experiências”, que tenho o prazer de coordenar com o irmão João Malaia.

Em poucos dias, será lançado o livro “Pequeno, mas de grandes iniciativas: o Vila Isabel Futebol Clube”, escrito por mim e pelo querido irmão Bruno Adriano Rodrigues Silva.

Abaixo, um pequeno trecho para estimular a curiosidade.

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“Em 1910, foi fundado o Vila Isabel Futebol Clube, tema central deste livro. Nosso intuito é, ao discutir a trajetória dessa agremiação, dedicar atenção a sua participação no delineamento de um perfil para o bairro no qual se encontrava, tentar perceber como suas ações se imbricavam com o entorno de sua sede.

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Anúncio de fundação do Vila Isabel Futebol Clube. O Paiz, 24 mai. 1910, p. 7.

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Essa opção por discutir a trajetória do Vila Isabel deve-se a sua conformação. De um lado, era composto por gente de estratos médio e alto que vivia no bairro. De outro, não se tratava de pessoas que viviam nas localidades mais valorizadas do Rio de Janeiro. O clube era uma expressão de uma “elite intermediária” da cidade.

A primeira atividade realizada pelo Vila Isabel foi uma partida de futebol disputada em “(…) 12 de junho de 1910, num ground localizado na “Boulevard 28 de Setembro, n. 57 antigo”( Football. O Paiz, 24 mai. 1910, p. 7). Seus últimos movimentos foram anunciados nos jornais, em 1941, como uma “agonia”. Essa, portanto, é a delimitação temporal adotada na realização da pesquisa: toda trajetória da agremiação.

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O time do Vila Isabel em partida do campeonato da Liga. O Paiz, 6 out. 1913, p. 9.

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Devemos, contudo, fazer uma ressalva. Grande parte das referências que encontramos sobre o Vila Isabel Futebol Clube, inclusive na imprensa da época, sugerem que a agremiação foi fundada em 1912. Pode ser que a iniciativa de 1910 não tenha avançado, somente sendo retomada posteriormente.

Mas pode também ter acontecido com o Vila Isabel algo que identificamos em outros clubes da cidade, como por exemplo o Mackenzie e o Olaria: num período inicial de estruturação, receberam pouca atenção dos periódicos até que conseguiram um estágio de organização volume de realizações que chamaram a atenção dos cronistas. Somente a partir desse momento temos mais indícios de sua trajetória, o que não significa que tenham sido menos importantes esses primeiros passos.

De toda forma, independentemente da precisão da data de fundação, parece ser largamente reconhecido que o Vila Isabel passou a atuar em 1912, quando assumiu a presidência Alberto Silvares, um personagem de destaque no meio social e esportivo do Rio de Janeiro. Na imprensa, largamente se considera que sua fundação se deu no dia 2 de maio, numa casa da Boulevard 28 de Setembro.

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Alberto Silvares. A Epoca, 2 mai. 1915, p. 4.

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Como o clube estabeleceu relações, por meio de seus dirigentes e iniciativas, com o bairro, em especial no que diz respeito aos divertimentos? Teria tido a capacidade de manutenção dos vínculos mediante as transformações que ocorriam no cenário esportivo e na cidade do Rio de Janeiro? Como tais mudanças se manifestaram na trajetória de Vila Isabel? Essas são algumas questões que pretendemos responder no decorrer deste livro.


Plazas de toros y literatura en los primeros años del Uruguay independiente (1835-1842)

05/09/2022

por Gastón Laborido (gaston_laborido1@hotmail.com)

El Uruguay independiente

Entre 1825 y 1830 se generaron acontecimientos que dieron como resultado la formación del Estado Oriental independiente. Los sucesos transcurren desde la formación de un Gobierno Provisorio en Florida y que tendrá como episodio relevante la Convención Preliminar de Paz, celebrada en 1828 entre delegados del Imperio del Brasil, de las Provincias Unidas y de Inglaterra, bajo la mediación del Lord John Ponsonby. Los resultados de esta Convención fueron ratificados el 4 de octubre de 1828.

Uno de los puntos de la Convención Preliminar de Paz, estableció que se debía instalar un Gobierno Provisorio y una Asamblea Legislativa Constituyente que tendría como tarea elaborar la primera Constitución del Uruguay, jurada el 18 de julio de 1830. Así, se inició el Estado Oriental del Uruguay como libre e independiente. En los primeros años de vida independiente, la población del país era escasa, los historiadores estiman que en 1830 había 74.000 habitantes, de los cuales 14.000 estaban en Montevideo. A partir de 1830, se intensifica la afluencia creciente de emigrantes europeos como vascofranceses o españoles, los italianos (genoveses), canarios, gallegos, ingleses, suizos, que llegaron a 42.000 entre 1836 y 1842.

La llegada de inmigrantes europeos entre 1830 y 1840, implicó crecimiento del tráfico marítimo en el Puerto de Montevideo; por otra parte, el comercio exterior se acentúa. El aporte de los inmigrantes europeos fue fundamental para el desarrollo económico del país y para el desarrollo del deporte en el Uruguay, aunque aquellas primeras manifestaciones se caracterizaban por su vaguedad e imprecisión.

La situación del naciente Estado Oriental era crítica, luego de varios años de revolución y lucha por la independencia (1810-1830). La elección del General Fructuoso Rivera como primer Presidente de la República, el 24 de octubre de 1830, no auguraba una pronta resolución de esos problemas.

El Estado Oriental del Uruguay presentaba un atraso económico caracterizado por la monoproducción ganadera con un sistema de explotación arcaica. A esto, le sucedió la Guerra Grande (1839-1851), que involucró las tendencias políticas del Uruguay y la Confederación Argentina (blancos y colorados: federales y unitarios), el Imperio del Brasil y las potencias industriales en expansión como Inglaterra y Francia. Luego de la Guerra Grande, es que se roturaron tierras. En cuanto al sistema de propiedad, en el medio rural predominó, hasta el día de hoy, el latifundio. En consecuencia, surge un antagonismo entre el campo y la ciudad como núcleos opuestos.

Montevideo: la “Ciudad Vieja” y la “Ciudad Nueva”  

De acuerdo a Gerardo Pérez (2020), “Montevideo nace como una ciudad para proteger la zona y, por tanto, va a ser parte de un circuito defensivo de las posesiones españolas” (p. 43). Por este motivo muchas de sus construcciones principales fueron pensadas y ejecutadas con el ese objetivo: defender. Esto explica también porque Montevideo fue una ciudad fortificada. Con el comienzo de la vida constitucional del Estado Oriental del Uruguay, se decide tirar las murallas de la Ciudad de Montevideo, “(…) como un gesto que buscaba dejar atrás un período de dominación extranjera y marcar un nuevo comienzo. Con esto, la ciudad cambiará lento pero constante. Será el momento de pensar en la Ciudad Nueva” (Pérez, G., 2020, p. 52).

El nombre de Ciudad Vieja aparece como contraposición al proyecto de “Ciudad Nueva”, que se crea en 1829 a instancias del Coronel José María Reyes (1803-1864); militar argentino radicado en territorio Oriental desde 1828 hasta su muerte. Dentro de ese predio, que iba dese la puerta de la Ciudadela hasta la actual calle Yaguarón, se comenzó a extender la ciudad. Una de las consecuencias que trajo la concreción de este proyecto, fue el nacimiento de nuevos barrios que marcaron la expansión de la ciudad.

Dentro de aquel perímetro delineó Reyes la “nueva ciudad”, compuesta de 136 manzanas de cien varas de lado, y dos plazas que corresponden aproximadamente a la mitad este de la actual plaza Independencia y a la actual plaza Cagancha; ese trazado, con pocas modificaciones, subsiste aún para la parte de Montevideo comprendida entre las calles Florida, Galicia, Médanos e Isla de Flores, que es la “Ciudad nueva” propiamente dicha. (Castellanos, A., 1971, p. 3).

Después de la independencia, la población de Montevideo había aumentado sensiblemente. Un censo de 1835 daba a Montevideo una población de 23.404 habitantes, de los cuales 14.390 correspondían a la planta urbana y 9.014 a lo que sería la nueva ciudad. El aumento población en relación a 1829 fue del 67,1 %.

 El mismo censo señalaba 1.012 propietarios y 2.024 inquilinos en la planta urbana, 536 propietarios y 2.024 inquilinos en la planta urbana, 536 propietarios y 578 inquilinos en extramuros; 590 casas de comercio; 290 artesanos y jornaleros: 38 tambos; 19 atahonas; 36 hornos de ladrillo; 16 locales para culto religioso. (Castellanos, A., 1971, p. 4).

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La plaza de toros del Cordón y sus representaciones literarias (1835-1842)

Durante el siglo XIX, Montevideo tuvo diversas actividades recreativas y algunas de ellas incluían el empleo de animales. Las prácticas de entretenimiento de una sociedad permiten la comprensión de la dinámica social de una población y puede ser muy útil para la comprensión histórica de la estructura socio-cultural de una época.

En el caso montevideano, eran espectáculos muy recurrentes que aglomeraban a muchas personas. Varios de ellos se caracterizaban por el castigo físico tanto con hombres como con animales. De alguna manera era el reflejo de una sociedad marcada por el espectáculo de la sangre y la muerte, que estaban en todos lados. El historiador José Pedro Barrán (2021) describió la sensibilidad del 1800 a 1860 como la “cultura bárbara” y enfatizó en la cuestión del castigo del cuerpo. En este sentido, afirma que “el castigo también incluyó el cuerpo de los animales, sirviendo con frecuencia el hecho mismo de espectáculo y diversión pública” (Barrán, J. P.; 2021, p. 79).

En ésta época tuvo importante difusión las corridas de toros, que comenzaron antes de la Independencia, con varias “plazas” en la Ciudad Vieja. Después de las corridas de toros de la Plaza Matriz (1823), no se dieron más corridas de toros hasta 1835, cuando pasaron al Cordón, barrio que formó parte de la expansión de la ciudad de Montevideo en la primera mitad del siglo XIX y actualmente es parte del centro de la ciudad.

La plaza de toros del Cordón quedaba contigua a la quinta de Ramón Masini (que fuera miembro de la primera Asamblea General Constituyente). Fue construida por la empresa Sierra y Anaya. El establecimiento funcionó hasta el año 1842, cuando fue derribada por motivos de defensa de la ciudad sitiada por las tropas “blancas” del general Oribe.

Isidoro de María (1815-1906), quien en sus crónicas recogidas en Montevideo Antiguo nos pinta parte de esa realidad y notables descripciones de las corridas de toros señala que a esta plaza “se iba de jarana por 6 vintenes en carretilla (…)” (De María, I., 1957, p. 44).

Por otro lado, en los inicios del Uruguay independiente se da un proceso en el cual, parte del grupo de políticos-intelectuales descubren  las posibilidades de la poesía como herramienta política y se ambientó la querella entre neoclásicos y románticos (Peruchena, 2016). En este proceso, los neoclásicos traducen obras como Horacio, mientras que los románticos traducen a Byron o a Chateaubriand, sustituyendo lecturas hispánicas como a Quintana por José Zorrilla o a Espronceda, así como tienden a lo sentimental y lacrimoso. La relación entre política y poesía fue muy fuerte en este período:

(…) queda demostrada con las convocatorias oficiales a certámenes poéticos públicos. A modo de ejemplo recordemos el Certamen Poético que convocara el jefe político de Montevideo en 1841 en celebración del 25 de mayo de 1810. Se presentaron once originales y obtuvo el primer premio Juan M. Gutiérrez, tal vez el menos romántico de la generación, dictamen que podría explicarse señalando que el jurado estuvo integrado por personalidades de tendencias literarias neoclásicas como Francisco Araúcho, Manuel Herrera y Obes, Juan A. Gelly, Cándido Joanicó y el emigrado argentino Florencio Varela. (Peruchena, L., 2016, p. 240).

Uno de los representantes neoclásicos, fue Francisco Acuña de Figueroa (1791-1862), quien nació en Montevideo y murió en la misma ciudad. Suele ser considerado el primer poeta nacional, con profunda influencia del clasicismo y un atinado ingenio para la poesía satírica. Además entre la vasta producción del mencionado poeta cabe destacar la letra de los himnos nacionales de Uruguay y Paraguay.

Acuña de Figueroa pertenecía a una familia de altos funcionarios españoles en la época colonial, recibió una formación clásica de la que no se apartó, a pesar de los sucesivos y profundos cambios ideológicos y políticos que le tocó transitar, y de los que dio testimonio en su cuantiosa obra. Fue, en su época, “el poeta de Montevideo”. Además, políticamente fue oficialista toda su vida, celebrando en sus obras al gobierno de turno.

También se lo considera como un buen latinista y conocedor de lenguas modernas, ya que tradujo obras clásicas y contemporáneas, incorporó formas y ritmos populares, compuso poemas visuales, epigramas, anagramas, acrósticos en los que celebra, entre loas y burlas, una gran variedad de estampas.

A su vez, le dedicó en sus obras crónicas en versos a las corridas de toros. Por lo tanto, la tradición taurina montevideana en lo literario fue iniciada por el poeta Francisco Acuña de Figueroa, a través de sus celebradas “Toraidas”, tal como las llamó, dignas de perpetuarse en el tiempo, por su donosura y gracejo. Estas crónicas eran versos que referían a la fiesta brava y en las cuales el poeta dio cause a su pasión por las corridas de toros:

«Un género del que puede considerarse inventor a Figueroa es el de las Toraidas… Las incidencias de estos espectáculos… relatadas por un versificador de la fluidez y el gracejo de D. Francisco, que, por raro caso, era a la par un perito en todos los aspectos del arte de Pepe-HiIllo y Costillares, atraen al lector, que reconstruye con su imaginación, el aspecto de las multitudes abigarradas y rumorosas asistentes a los cosos en que se efectuaba la fiesta brava». (Bracco, D., 2006, p. 209).

No todas las toraidas de Acuña de Figueroa fueron publicadas. Algunas de ellas fueron las tituladas: bombástica, con morrión romántica, técnico – jocosa, toruna, anticlásica, de Aleluya, rabona, enana, joco – política, y encomiástica.

Francisco Bauzá (1849-1899) fue un historiador, profesor universitario, periodista, ensayista, legislador uruguayo, su obra constituye uno de los grandes monumentos de la historiografía uruguaya y americana tratando de responder interrogantes que se planteaban sobre la identidad nacional. Entre tantas cosas que escribió Bauzá, una de ellas fue sobre Francisco Acuña de Figueroa en 1885 en su obra Estudios literarios, en la cual analizó la producción de Acuña de Figueroa sobre las Toraidas. Primeramente Bauzá, fiel a su estilo decimonónico, caracterizó a los espectáculos taurinos de la siguiente manera:

(…) Para pintar en toda su deformidad esta clase de espectáculos, conviene decir previamente alguna cosa sobre ellos. Forma la parroquia habitual de las corridas, el más inapropiado público que pueda darse. Vecinos honestos que se desvanecerían ante las perspectivas de matar un animal cualquiera en su casa; profesores de derecho natural que sostienen la inviolabilidad de la vida en todo organismo dotado de actividad voluntaria; médicos que se compungen de las enfermedades de los animales y enseñan a los veterinarios a curarlas; economistas que toman a punto de honra defender la industria pecuaria, católicos sinceros que leen con atención reverente aquel precepto del Deuteronomio que dice: “no verás el buey de tu hermano o su cordero, perdidos, y te esconderás de ellos: volviendo, los volverás a tu hermano”; en fin, personas nerviosas y caritativas, de todo linaje y condiciones, se sientan en las gradas de piedra del hemiciclo, y esperan alegres el sangriento espectáculo, después de haberse recíprocamente informado con el más correcto ceremonial inquisitivo sobre la salud de todos los suyos. Y estos filántropos, cuya condición humanitaria trasciende a sus doctrinas, resultan como tocados de epilepsia al sonido de la corneta que anuncia la aparición de unos cuantos chulos ridículamente pergeñados, electrizándose hasta delirar, cuando estos con esguízaro lengüeteo ofrecen por complemento de sus maniobras unas cuantas bestias muertas a puntazos y cuchilladas. (Bauzá, F., 1953, p. 19-20)

 Bauzá (1953) plantea que “la prosa es impotente para describir toda la grandeza de un espectáculo semejante. A no tener la poesía el atractivo secreto de la rima, la estructura férrea de la estrofa, el fugitivo destello de la inspiración, no fuera tampoco digna de cometido tan excelso” (p. 23).

En Toraida Romántica (1838-39) Acuña de Figueroa se enojaba con Mendo, quien criticaba la tauromaquia:

Grita Mendo

que es horrendo,

que es infando,

ver lidiando

racionales

y animales;

que es un juego

musulmán:

Y el vestiglo

diz que el siglo

de las luces,

dio de bruces

sin decoro

porque hay toro:

¡Qué pasiego!

¡Qué patán!

Numerosos indicios del modo en que se desarrollaba la fiesta taurina pueden encontrarse en cada una de las composiciones de Acuña de Figueroa. Por ejemplo, la jornada popular que obligó a la autoridad a prohibir por muchos meses las lidias de toros, con profundo sentimiento de una gran parte de la población. Así se refirió el poeta:

En plena posesión como unos reyes

estábamos del circo, en paz profunda,

cuando violando las taurinas leyes

se amotinó una plebe furibunda;

y sobre si eran toros, o eran bueyes,

hubo escándalo, asalto y barahunda,

hasta que allí volar vieron mis ojos

tablas, sillas y bancos por despojos.

Yo vi ultrajada en el saqueo infando

la pica de Palanca… ¡oh, lance fiero!

pica que honrara el noble Villandrando,

¡y en qué manos!.., en manos de un lechero!!!

Vi una ninfa en gran riesgo reclamando

contra el vulgo frenético y grosero,

yo la vi, en un tablón que se derrumba,

como el ángel de luz sobre la tumba.

A Repollo y Violín llamaba airado

el vulgo en el furor que le enajena;

mas el violín estaba destemplado

y el repollo cual blanda berenjena.

Asustados los dos, bajo el tablado

¿quién sabe lo que hacían en tal pena?

¡Ay, no salgas, escóndete Repollo,

que eso sería echarle trigo al pollo!

Allí vendióse en bárbara subasta

y a vil precio la espada de García.

Dulces vi por el suelo en caldo y pasta,

y una lluvia de almendras y arropía.

Un confuso tropel, de varia casta

¡A la mosca! y ¡al mono! repetía

y al boletero asaltan con encono;

mas ya estaban en salvo mosca y mono.

Francisco Bauzá analizó estas cuatro estrofas y plantea:

No puede describirse con más propiedad en cuatro estrofas, un lance tan sonado y tan terrible. Todas las peripecias de la lucha, están marcadas con precisión maravillosa. La tranquila actitud de los espectadores antes de la gresca; lo inesperado de la rebelión popular; la transformación en pájaros de las sillas, tablas y bancos para volar sobre la cabeza de los toreros, la deshonra del picador Palanca, Bayardo de la tauromaquia, a quien un lechero había quitado sus armas; los apuros de García condenado a presenciar la bárbara subasta de su espada vendida a vil precio; la resignación de Repollo y Violín, acurrucados bajo el tablado, haciendo quién sabe qué; y por último, las profundas vistas del boletero, poniéndose en salvo a tiempo con la mosca, como si presintiera que por allí debía concluir obligatoriamente la función y toda función comenzada de esa manera; dan una idea bien cumplida de lo que es un lance de tal laya. ¡Y pensar que hay quien quiera prohibir al pueblo goces tan inocentes! (Bauzá, F., 1953, p. 19-20)

Queda en evidencia que el episodio que describe Acuña de Figueroa da cuenta de la “sensibilidad bárbara” característica del Uruguay del 1800 a 1860 aproximadamente. El historiador José Pedro Barrán (2021), definió a la “barbarie” como “la sensibilidad de los “excesos” en el juego y el ocio (su consecuencia improductiva), en la sexualidad, en la violencia, en la exhibición “irrespetuosa” de la muerte (…)” (p. 12).

Referencias:

    • BARRÁN, José Pedro (2021). Historia de la sensibilidad en el Uruguay. Montevideo: Banda Oriental.
    • BARRIOS PINTOS, Aníbal (1971). Los barrios (I). Montevideo: Nuestra Tierra.
    • BAUZÁ, Francisco (1953). Estudios literarios. Montevideo: Biblioteca Artigas.
    • BRACCO, Diego (2006). Apuntes para la historia de la tauromaquia en Uruguay. En: Revista de Estudios taurinos; v. 1 (n° 22), Murcia (pp. 203-247).
    • BUZZETTI, José y GUTIÉRREZ CORTINAS, Eduardo (1965). Historia del deporte en el Uruguay (1830-1900). Montevideo: Ed. De los autores.
    • CASTELLANOS, Alfredo (1971). Montevideo en el siglo XIX. Montevideo: Nuestra Tierra.
    • DE MARÍA, Isidoro (1957). Montevideo Antiguo. Tomo I. Montevideo: Biblioteca Artigas.
    • GOMENSORO, Arnaldo (2015). Historia del Deporte, la Recreación y la Educación Física en Uruguay. Crónicas y relatos. Montevideo: IUACJ.
    • PÉREZ, Gerardo (2020). Un barrio, mil historias. Montevideo en el pasado, presente y futuro. Montevideo: Aguilar.
    • PERUCHENA, Lourdes (2016). La cultura y sus tendencias. En: G. Caetano (Dir.) y A. Frega (Coord.), Revolución, Independencia y construcción del Estado (pp. 223-269). Montevideo: Planeta.